Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva
Descrição de chapéu Eleições 2018

O azarão que era barbada

Eleição de Witzel reflete a transformação do Rio

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Em setembro, quando teve início a campanha eleitoral, ninguém reconheceria Wilson Witzel na rua. Grande parte dos eleitores não conseguia (e ainda não consegue) pronunciar seu nome. Ele tinha 1% das intenções de voto. Nada disso atrapalhou: foi eleito governador nadando de braçada.

O comprometimento evangélico —Witzel concorreu pelo PSC, partido do pastor Everaldo, da Assembleia de Deus— e sobretudo a onda bolsonarista tornaram o candidato imbatível. Só era um azarão para aqueles que não entenderam no que o Rio se transformou depois de 20 anos sob a quadrilha do antigo PMDB: uma espécie de província neopentecostal cujo poder é compartilhado por milicianos e traficantes. A eleição do prefeito Marcelo Crivella, dois anos atrás, era um sinal inequívoco.

​​Bolsonaro alcançou no estado 67,95% dos votos válidos; Witzel, 59,87%. Ambos usaram discursos iguais: rejeição à política considerada tradicional, combate à corrupção e maior punição à criminalidade. O futuro governador pretende autorizar que a polícia abata criminosos que portem armas de uso exclusivo das Forças Armadas. Aliás, deve-se a Bolsonaro e Witzel a moda do verbo abater, antes mais utilizado em relação ao gado.

Witzel gosta de espetáculo. Numa reunião com integrantes das forças de segurança, foi aplaudido ao dizer que não faltará lugar para pôr bandido: “Cova a gente cava, e presídio, se precisar, a gente bota navio em alto mar”. Será que ele sabe quanto custa a construção de um navio-presídio? E que a previsão para o déficit é de R$ 8 bilhões? Que há 1,3 milhão de desempregados no estado?

 

Na véspera do segundo turno, o Copacabana Palace abriu os salões para uma festa de Halloween. Prova documentada nas revistas de famosos de que nossas instituições estão funcionando.     

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