Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Memória afetiva

A quadrilha levou tudo do Rio, até o bondinho de Santa Teresa

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Bonde de Santa Teresa durante testes realiazados no trecho entre os largos do Curvelo e o dos Guimarães, no Rio, em 2015
Bonde de Santa Teresa durante testes realiazados no trecho entre os largos do Curvelo e o dos Guimarães, no Rio, em 2015 - Tânia Rêgo - 28.dez.15/Agência Brasil

Wilson Witzel viveu seu grande momento durante a campanha eleitoral: passou de completo desconhecido a futuro governador. Entre os presos de Bangu, virou o “Whitney Houston”. É ou não é a glória? O resultado é que ele até agora segue em campanha, fazendo promessas. A última, a compra de 30 mil câmeras para auxiliar o trabalho da polícia, ao custo de R$ 360 milhões. Witzel se faz de desentendido ou se recusa a entender. O Rio não tem dinheiro. Ao contrário, tem dívidas: o rombo nas contas do Estado já passou de R$ 17 bilhões. 

A quadrilha chefiada por Sérgio Cabral, que teve continuidade com Luiz Fernando Pezão e participação de secretários e deputados estaduais, ministros de tribunais de contas, empresários corruptores, redes de doleiros e de laranjas, atacou em todos os segmentos: saúde, educação, segurança, transporte, cultura, esporte, lazer.

Alguns golpes atingiram a memória afetiva dos cariocas. Obras superfaturadas destruíram o velho Maraca para sempre. Mas, mesmo depois da Copa do Mundo, o estádio continuou a ser usado para irregularidades. O Ministério Público acusa Pezão de ter causado um prejuízo de R$ 2,9 milhões ao fazer mais uma obra no sistema de iluminação do novo Maracanã.

Após sete anos do acidente que deixou seis mortos e mais de 50 feridos, o bonde de Santa Teresa não retomou completamente sua operação. O serviço só está normalizado até os largos do Curvelo e dos Guimarães, percursos que atendem metade do bairro. O orçamento das obras, em 2013 estimado em R$ 58,6 milhões, hoje ultrapassa R$ 125 milhões.

Em antiga crônica, Álvaro Moreyra fala do camarada, julgado doido, mas por ele considerado santo, que descia no primeiro banco do Lagoinha atirando beijos para quem encontrava no caminho até os Arcos. Esse tipo de passageiro vai demorar a reaparecer. O bondinho, pelo menos, poderia circular de novo.

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