Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Mutretas imobiliárias

Crivella quer revogar Corredor Cultural para construir edifícios de 20 andares no Centro

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Não satisfeito em ser o pior prefeito que o Rio já conheceu desde os tempos de dom João Charuto, Marcelo Crivella agora anda promovendo a especulação imobiliária.

Primeiro alvo: o Buraco do Lume (ou praça Mário Lago, para os não íntimos). Trata-se de uma área privada, mas aberta ao público, devido a regras rígidas para novos empreendimentos naquele trecho do Centro. Justamente para evitar o que aconteceu ali no passado: a derrubada de parte do casario histórico do lado ímpar da rua São José, para que se levantasse a sede da Lume Empresarial --que faliu, deixando o buraco.

Crivella mandou para o Legislativo um projeto que revoga os parâmetros do Corredor Cultural, permitindo a construção de edifícios de até 20 andares onde hoje fica a praça. No parecer, a prefeitura citou a presença no local de "moradores em situação de rua". Ou seja, teve a cara de pau de usar a própria incompetência em manter a ordem urbana para justificar a mutreta.

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Obras no túnel Rafael Mascarenhas, que dá acesso a São Conrado, no Rio de Janeiro - José Lucena - 19.mai.2019/Futura Press/Folhapress

​Crivella também está de olho em São Conrado. Planeja liberar a construção de prédios de quatro andares no costão rochoso do Joá, próximo à praia do Pepino, onde atualmente só são permitidas casas. Estas, se a ideia vingar, poderão ocupar áreas ainda mais altas. O curioso é que a avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado, está interditada há quatro meses. A prefeitura não consegue resolver os problemas de deslizamentos na sua encosta.

Outra jogada do bispo-prefeito: licenciar apart-hotéis com cubículos de 25 metros quadrados, o mínimo permitido pelo Código de Obras. Enquanto isso, a vila operária Salvador de Sá, no Estácio --belo conjunto com estrutura de madeira inaugurado em 1906 como parte das mudanças urbanísticas do então prefeito Pereira Passos--, espera há quase 20 anos a reforma prometida pelo município. A vila, que é tombada, deteriora a olhos vistos e corre risco de pegar fogo. Deve ter gente torcendo para que isso aconteça.

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