Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

O presidente que queria ser eterno

Para evitar a derrota, solução bolsonarista é sair na porrada

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Até as emas do Alvorada sabem... Espera aí, as emas não, estas jamais foram enganadas desde que viram o novo morador do palácio pela primeira vez. Até as colunas do Alvorada sabem que Bolsonaro não aceitará o resultado das eleições. Ele se considera um presidente vitalício. Em seu messianismo cego, costuma dizer: "Quem me colocou aqui foi Deus. Só Ele me tira daqui".

O presidente Jair Bolsonaro alimenta as emas do Palácio do Alvorada - Pedro Ladeira - 17.jul.20/Folhapress


É a maior vocação de golpista já surgida no país. Deputado que vivia fazendo rachadinha e elogiando a tortura em programas de auditório, jamais foi incomodado. Eleito à Presidência —não por Deus, mas pelo voto dos brasileiros nas urnas eletrônicas—, destruiu as instituições e construiu o ambiente corrupto que lhe sustenta as ações criminosas, aliando-se a generais igualmente golpistas, comprando a cumplicidade do Legislativo e silenciando a PGR.


Na pantomima diante da plateia estrangeira, mais do que mentir sobre as urnas, atacar o sistema eleitoral sem apresentar provas, ofender ministros do STF e sugerir o apoio das Forças Armadas a um golpe de Estado, mais do que fazer o Brasil passar vergonha e assumir-se como Bananão, tinha em mente uma só pessoa: Lula.


Aquele que pode lhe arrebatar o poder é hoje uma flor de obsessão para Bolsonaro. Na Cúpula das Américas humilhou-se pedindo a Joe Biden que ajudasse a derrotar o petista. Aos embaixadores, afirmou que o ministro Edson Fachin foi o responsável por tirar o ex-presidente da cadeia —outra mentira: Lula foi solto após sentença do colegiado da corte.


Perguntado se em caso de derrota telefonaria para Lula cumprimentando-o pela vitória, Bolsonaro descartou a hipótese e usou uma metáfora futeboleira: "É o Flamengo enfrentado o Bangu". Pois na final do Carioca de 1966, já perdendo por 3 a 0, o rubro-negro Almir Pernambuquinho brigou em campo para evitar uma goleada ainda mais humilhante. Eis a solução bolsonarista: partir para a porrada.

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