Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Esquema de compra de votos dispara no segundo turno

Agentes do governo e pessoas ligadas à candidatura de Bolsonaro sentem-se autorizados a burlar a lei

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Além de acirrar o medo e a violência física, as eleições de 2022 estão estabelecendo um novo marco de crimes. Não há santos na hora de garantir ou virar um voto, os dois lados cometem exageros e irregularidades, mas os agentes do governo e as pessoas ligadas à candidatura da reeleição se sentem mais à vontade ou mesmo autorizados a burlar a lei.

Há episódios pitorescos, como o da tia que em Minas Gerais escondeu o título do sobrinho de 17 anos e se justificou: "Ele é abestalhado. Ganhou R$ 10 para votar no Bolsonaro". Outros resultam em tragédia: em Goiás, uma mulher foi esmagada e acabou morrendo ao participar da promoção "Picanha do Mito", que previa a venda por R$ 22 de uma peça de picanha que custa R$ 130 a quem estivesse com a camisa da seleção brasileira. Ao fiscalizar o frigorífico, depois do tumulto, o Procon encontrou 50 quilos de carne estragada.

Denúncias de coação e assédio contra empregados e de compra de votos pró-Bolsonaro, em grandes e pequenas empresas, fábricas e lojas, não param de chegar ao TSE. O tipo de ameaça mais comum é acenar com o fechamento de vagas. No Pará, um empresário foi filmado oferecendo R$ 200 a cada um de seus funcionários, caso o presidente fosse reeleito.

No Rio de Janeiro, em áreas da Baixada Fluminense e da zona oeste da capital, sob o domínio de milicianos, funcionam currais eleitorais como nos tempos da República Velha e do voto de cabresto. Por lá, a proibição de não portar armas nos locais de votação foi solenemente ignorada.

A participação do governo no esquema é escancarada: PEC dos Precatórios, Auxílio Brasil antecipado, perdão de dívidas, preço dos combustíveis mais barato, promessa de redução da conta de luz. Uma cascata de bondades com dinheiro público. No debate da Band, que de novo terminou num sofrido empate sem gols, Lula perdeu a chance de questionar Bolsonaro sobre a compra de votos.

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