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Vandalismo tira bicicletas compartilhadas de metrópoles inglesas

Pedaços são largados por todas as partes como entulho abandonado, criando 'cemitérios'

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Seis bicicletas formam uma pilha ao lado de uma árvore. Ao fundo, um homem passeia com um cachorro.
Bicicletas de programa de compartilhamento vandalizadas ficam empilhadas em calçada de Paris - Lionel Bonaventure - 3.set.18/AFP

As companhias que oferecem bicicletas compartilhadas estão deixando de operar em algumas cidades da Inglaterra por causa de roubos, vandalismo e dos muitos problemas que estão causando nas comunidades onde atuam.

Na semana passada, por exemplo, uma companhia chinesa que oferece esse tipo de serviço, anunciou que vai deixar de operar imediatamente em Manchester por causa do vandalismo.

Segundo a empresa, uma em cada 10 de suas bicicletas distribuídas pela cidade foi quebrada propositalmente por vândalos durante o verão.

Pior ainda, os pedaços são largados por todas as partes como entulho abandonado, criando o que os ingleses estão chamando de cemitérios de bicicletas.

A imprensa local e as redes sociais mostram todos os dias fotos das bikes jogadas nos canais das cidades, nos parques, no meio de avenidas e até penduradas em postes de luz. Sempre atrapalhando e poluindo o ambiente.

Exatamente como as fotos que andam circulando pelas redes sociais brasileiras mostrando o mesmo problema –o que demonstra que a falta de educação e atos de vandalismo são problemas mundiais, independentemente do nível de riqueza e organização de cada país.

E existem outros problemas para a atuação dessas companhias em várias partes da Inglaterra.

Um exemplo é a clássica tentativa de se usar esse bem, que deveria ser compartilhado, como uma bicicleta pessoal.

A exemplo do que acontece em algumas cidades do Brasil, esses veículos podem circular e ser deixados em qualquer parte da cidade, já que não precisam de uma estação fixa para serem guardadas —as viagens e localização são monitoradas por GPS.

Isso permite grande flexibilidade para se encontrar uma bike perto de casa, do trabalho ou de pontos de ônibus, por exemplo.

Mas muitas vezes os usuários tentam localizar as bicicletas que estariam teoricamente livres para uso e descobrem que elas estão “guardadas” em garagens privadas ou quintais particulares sem acesso público.

Além dos óbvios custos, tudo isso causou uma animosidade de parte dos ingleses em relação a essas companhias.

Como várias delas competem entre si para oferecer esse tipo de serviço, as ruas das cidades acabam superlotadas, com milhares de bicicletas largadas em qualquer ponto —muitas vezes sem nenhum cuidado, atrapalhando o trânsito, o comércio e a população.

Por tudo isso, outras empresas estão anunciando que podem também rever suas operações em outras cidades do país.

Mas espera-se que elas consigam resolver ou pelo menos diminuir consideravelmente esses problemas.

Afinal, o uso das bicicletas compartilhadas é barato, saudável e não polui o meio ambiente.

Além disso, o serviço é muito popular. Em apenas um ano em Manchester, 250 mil viagens foram feitas pelas bicicletas compartilhadas, que rodaram 288 mil quilômetros.

Seria uma pena que esse tipo de negócio desaparecesse.

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