Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Ana Cristina Rosa

Onde falta Estado, solidariedade é fundamental

Numa demonstração da força e do alcance das ações empreendidas por atores periféricos, iniciativas em apoio aos mais necessitados multiplicam-se pelo país durante a pandemia global de saúde pública causada pela Covid-19

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Os movimentos populares têm sido os grandes fomentadores das iniciativas de auxílio às comunidades das periferias Brasil afora nestes tempos de pandemia. Além disso, proporcionalmente os mais pobres são também os que mais doam.

Apesar de a perda de renda ter atingido a maioria das famílias que vivem nas comunidades brasileiras, pesquisa da Central Única das Favelas (Cufa) e do Instituto Locomotiva mostrou que seis entre dez moradores de favelas fizeram algum tipo de doação durante a pandemia.

Como é sabido, as periferias são os ambientes mais vulneráveis à propagação da Covid-19, por conta da alta densidade populacional e da falta de serviços essenciais para a preservação da saúde, como esgoto e água tratada. Para enfrentar os efeitos socioeconômicos do vírus, multiplicam-se atos de solidariedade.

São vaquinhas virtuais, doações de alimentos, máscaras, produtos de higiene e limpeza e pacotes de internet para estudantes carentes, arrecadação e distribuição de computadores e entrega de vales em dinheiro.

Não se trata de ocupar o lugar do Estado, mas de suprir necessidades imediatas por meio de um auxílio efetivo. É nutrir a esperança e a consciência do poder da cooperação e da ação conjunta. É agir para driblar —além da falta de dinheiro e de estrutura— três grandes obstáculos: a ausência do Estado, a força do tráfico e a ação das milícias.

São muitos os exemplos de entidades e movimentos que realizam ações para suprir necessidades vitais daqueles que são mais atingidos. Nas favelas, onde a escassez de recursos materiais é uma constante, há iniciativas emocionantes, como o Vale Mãe, criado pelo projeto Mães da Favela para complementar a renda de mulheres com filhos.

Ao contrário do que muitos pensam, as periferias brasileiras são exemplos de solidariedade. E onde o Estado não chega —ou demora a chegar—, a solidariedade é fundamental até para garantir o essencial.

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