Num mundo cada vez mais digital e interconectado —coisa que a pandemia de Covid-19 potencializou—, é preciso estar atento aos conteúdos consumidos. Neste ano tão desafiador, frente a inúmeras restrições de mobilidade e de convívio, a educação midiática adquiriu status de habilidade fundamental diante do protagonismo da internet.
Para além do abismo criado pela exclusão digital que afeta milhões de brasileiros, está evidente que não basta ter acesso à informação. É necessário saber consumir. Ou seja, ter senso crítico para discernir entre o que é ou não procedente e pertinente, o que é mentira e o que é verdade.
A tarefa está longe de ser fácil, sobretudo na era da desinformação. Em meio a esse cenário, o Guia da Educação Midiática, iniciativa do Instituto Palavra Aberta, pode ser ferramenta importante para auxiliar educadores a preparar crianças e jovens a se relacionarem com a internet e as mídias.
O desafio é enorme, do tipo que ultrapassa os limites da escola, mas não pode passar ao largo dela. Educação midiática é coisa séria e tem de ser tratada como tal. A capacidade de separar a verdade da mentira precisa ser ensinada, estimulada, desenvolvida e exercitada desde cedo, de preferência a partir do ensino fundamental, em escolas das periferias aos bairros nobres.
É imperioso receber orientação para enfrentar algoritmos e filtros que personalizam a internet e disponibilizam conteúdos customizados, selecionados na medida dos nossos gostos e interesses, criando vários universos particulares, reforçando ideias preconcebidas e manipulando escolhas nas mais diversas áreas.
Além de um direito, a informação correta é elemento fundamental para o exercício pleno da cidadania. Em ambiente onde há tanta desinformação poluindo o horizonte, a educação midiática é algo capaz de ajudar a clarificar o cenário. Afinal de contas, mentira se combate com a verdade.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.