Até que enfim uma boa notícia relacionada à educação pública no Brasil. O Congresso Nacional garantiu o investimento de R$ 3,5 bilhões em internet para alunos e professores da educação básica da rede pública em razão da pandemia. Viva!
Por meio de repasse único, a iniciativa contempla docentes de escolas estaduais e municipais. Também serão alcançados os estudantes de famílias vinculadas ao Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal e os matriculados em colégios de comunidades indígenas e quilombolas. Metade do dinheiro poderá ser usada para compra de celulares ou tablets.
É uma ação importante e de grande repercussão considerando que 4,3 milhões de estudantes brasileiros não tinham acesso à internet quando a pandemia começou, segundo o IBGE. Para a proposta legislativa ser melhor restava apenas adquirir contornos de perenidade e ultrapassar os limites da pandemia.
Talvez pudesse ser desnecessário, mas os tempos andam tão estranhos que é bom citar as razões dessa desconexão estudantil: falta de dinheiro para contratar um pacote de internet ou para comprar um equipamento, e indisponibilidade do serviço na região onde mora o estudante. Há ainda problemas de infraestrutura das próprias escolas.
Há quase um ano, em 24 de junho, publiquei minha primeira coluna neste espaço e escrevi sobre exclusão digital. Sob o título "Desafios do novo normal", o texto destacava que o país precisava atentar para a necessidade de democratizar o acesso à internet e garantir segurança digital.
Voltei ao tema na semana passada com a coluna "Desconexão Digital", na qual alertei para o impacto desse fenômeno que restringe o desenvolvimento sócio econômico e pode aproximar as pessoas da fome e abreviar vidas —especialmente durante a maior crise sanitária do século 21.
Num tempo em que a internet se tornou ferramenta essencial, a exclusão digital é fator determinante do futuro não só dos estudantes, mas também de toda a nação.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.