Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Descrição de chapéu Folhajus

Boa notícia para mulheres, e não é beijinho

Rosa Weber se tornará a 3ª mulher a presidir o STF desde sua instalação, em 1891

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Como é caprichoso o destino. Por ironia —ou será efeito da chamada lei da atração?—, num momento de polarização política, a 20 dias das eleições gerais de 2022, numa nação que infelizmente tem se notabilizado pela violência política de gênero, uma mulher assumirá nesta segunda (12) o comando da mais alta corte judicial do Brasil.

Embora não se trate de "beijinho, presente ou férias" como há quem sustente por aí, essa sim é uma notícia boa para as mulheres.

A ministra Rosa Weber, que assumirá nesta segunda (12/9) a presidência do Supremo Tribunal Federal
A ministra Rosa Weber, que assumirá nesta segunda (12/9) a presidência do Supremo Tribunal Federal - Nelson Jr. - 16.set.2021 /SCO/STF

A chegada de uma magistrada de carreira —que coincidentemente presidiu o Tribunal Superior Eleitoral nas eleições gerais de 2018— à presidência do Supremo Tribunal Federal neste exato momento é um marco na história.

Inclusive pelo fato de ocorrer dias após a passagem do bicentenário da Independência, pontuado por declarações machistas e atos de incitação à violência, e poucas semanas antes de um pleito que em certa medida tem cheiro de revanche em relação à disputa eleitoral de quatro anos atrás.

Com a posse na presidência do STF, a ministra Rosa Weber se tornará a terceira mulher a presidir o Supremo desde sua instalação, em 1891. A primeira foi a ministra Ellen Gracie, que implementou ferramentas para agilizar e modernizar a tramitação processual, como a certificação digital. A segunda foi a ministra Cármen Lúcia, cuja gestão ficou marcada por pautas de repercussão, como paternidade socioafetiva, garantia da posse de terras a comunidades quilombolas e restrição de foro especial para parlamentares federais.

Em que pese a evidente disparidade de gênero em todas as instâncias de poder do país, ter no mais alto cargo do Judiciário uma ministra —além de tudo discreta e sensível a questões de direitos humanos— é muito significativo e pode fazer a diferença. Especialmente num contexto ideológico em que a mulher é objetificada, idealizada como princesa, interrompida em seu lugar de fala, tem a vida privada questionada (…) por uma questão de gênero.

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