Antonio José Pereira

Engenheiro civil e doutorando pela FGV, é superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP desde 2014.

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Descrição de chapéu Folha ESG

A real geração de valor na saúde

Na esteira da COP26, hospitais abraçam preocupação com ESGs

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Instituições têm entendido que não basta governança para se manter. São necessárias práticas saudáveis e responsáveis, principalmente para crescimento de médio e longo prazo.

Assim surge a nomenclatura Governança Ambiental, Social e Corporativa —as ESGs, do inglês Environmental, Social and Corporate Governance. Esse conceito parte de uma gestão focada não apenas em resultados financeiros e infindáveis planilhas de metas quantitativas, mas de geração de valor social.

O termo foi publicado pela primeira vez em 2004, no Pacto Global e do Banco Mundial, com o relatório Who Cares Wins ("Quem se importa ganha"), uma iniciativa da virada do milênio encabeçada por Kofi Annan, então secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

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Profissional da saúde atua em procedimento médico - Yakobchuk Olena - stock.adobe.com

Apesar de fundamental, o questionamento proposto é o equilíbrio entre o conceito de ESG e a geração de lucro.

Na saúde, podemos dizer que os conceitos já estão interligados. Não há como falar de saúde sem relacioná-la à geração de valor social, principalmente na saúde pública.

Mais do que bater metas de atendimentos, pacientes e leitos, ela existe para oferecer o melhor atendimento, com os melhores recursos, custos e eficiência. Essa é uma conta que sempre estamos fazendo no Hospital das Clínicas da FMUSP. Não à toa, o complexo se consolidou como o maior da América Latina e foi um dos 50 melhores hospitais do mundo, segundo levantamento anual do The World’s Best Specialized Hospitals 2022, da revista americana Newsweek.

O caso do hospital permite concluir que ter valores sólidos e agir com transparência frente aos stakeholders ligados à instituição vêm junto da gestão do dia a dia.

Outros aspectos que merecem atenção estão relacionados à diversidade no time, engajamento dos colaboradores com causas sociais, além de princípios éticos e estratégias sólidas de governança, buscando sempre a responsabilidade com dados internos.

Necessária neste processo é ainda a governança ambiental, que pode ser aplicada na busca por eficiência energética e gestão de resíduos, com o uso de embalagens que se decompõem mais rápido e que podem ser recicladas.

Destaca-se no aspecto ambiental a Agenda Global para Hospitais Verdes e Saudáveis, que possui dez objetivos: liderança, substâncias químicas, resíduos, energia, água, transporte, alimentos, produtos farmacêuticos, edifícios e compras.

Para isso, as instituições envolvidas devem escolher pelo menos dois objetivos e desenvolver ações concretas, com estudo de caso a ser apresentado no máximo em um ano.

Na esteira da COP26 (Conferência climática da ONU, realizada em Glasgow, na Escócia, entre outubro e novembro deste ano), as empresas já entenderam que aplicar ESG é o caminho correto para uma gestão eficiente, principalmente no pilar social, sendo que, desde 2020, de acordo com o Health Research Institute, empresas farmacêuticas e de biociências têm priorizado esse aspecto. A gestão baseada em ESG levará diversas instituições de saúde a patamares de assertividade e excelência.

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