Antonio Delfim Netto

Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.

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Estado autofágico

Reforma da Previdência pode gerar crescimento e melhorar distribuição de renda

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o presidente Jair Bolsonaro se reúne com Davi Alcolumbre, presidente do Senado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da casa civil, Onyx Lorenzoni, para presentar da proposta de reforma da Previdência
O presidente Jair Bolsonaro se reúne com Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e com Rodrigo Maia, presidente da Câmara, para presentar da proposta de reforma da Previdência; ele foi acompanhado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni - Pedro Ladeira/Folhapress

Um dos problemas mais interessantes da história econômica brasileira dos últimos 70 anos (1947-2017) é tentar esclarecer o que houve na passagem dos primeiros 30 anos (1947-1980) para os últimos 40 (1981-2017). 

Todos sabemos que tivemos uma forte crise do petróleo que quebrou os países que, como nós, dependiam da sua importação. Já em 1984 (depois de uma duríssima recessão), o Brasil havia produzido o equilíbrio de seu balanço em contas correntes, mas tudo foi desperdiçado com o desastroso “default”.

Em 1947,  nosso PIB per capita (nossa produtividade) era 18% do americano; em 1980, 36% (tinha dobrado) e em 2017, regredido para 26%. Em outras palavras: entre 1947-1980, crescemos 2,2% ao ano acima dos EUA, e entre 1980-2017, decrescemos 0,9% ao ano em relação a eles!

Grosseiramente, a “produtividade do trabalho” depende da quantidade e qualidade do capital posto à disposição de cada trabalhador, e ela cresce com o nível de investimento. Pois bem, o investimento do setor público do Brasil sugere essa relação —veja a ligeira recuperação no governo Lula e sua destruição no de Dilma.

O que explica sua dramática redução? Seguramente não foi a redução da carga tributária/PIB. Entre 1964-94 ela permaneceu em 25%. Com o Plano Real (1995), saltou para 33%, onde está hoje.

As despesas primárias se dividem em correntes e de investimentos. Se forem maiores que a receita, a diferença é coberta por dívida pública, como vem acontecendo. Quando as despesas correntes/PIB crescem o investimento/PIB é a variável de ajuste, porque a receita é constante (33% do PIB), o que “explica” o baixo crescimento. 

Os governos dissiparam sua receita no consumo da casta que o controla e estimularam o “rentismo” (outra ideologia?) com uma das maiores taxas de juro real do mundo para sustentar a valorização da moeda.

As consequências foram gravíssimas: crescimento medíocre e piora na distribuição de renda. É tudo o que o Diabo gosta. 

Vamos mudar isso apoiando a reforma da Previdência?

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