Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Temer perde valor no fim e mercado faz aposta incerta em 2019

Mimados por agenda amigável, investidores agem ao ritmo de governo desconhecido

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O presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente da República, Michel Temer, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Adriano Machado/Reuters

O governo ainda tenta convencer os investidores de que 2018 será um ano decente, mas já é 2019 nas mesas de operações do mercado financeiro. Embora Michel Temer não tenha descido a rampa do Planalto, os bilhões que circulam no país agora se movem ao ritmo de um presidente desconhecido.

O esfarelamento da política tradicional parece reduzir as chances de candidatos que defendam as plataformas de um governo tão impopular quanto o atual. Mimados pela agenda ultra-amigável de Temer, investidores entram em pânico diante da dura realidade da eleição.

Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) fizeram carreira longe dos pilares liberais do mercado. Ainda que eles façam acenos a favor do controle de gastos, é difícil prever se terão vontade e força para aplicar um programa que estabilize as finanças do país.

Após a derrocada de Dilma, o mercado foi feliz sob Temer e seu “time dos sonhos”. Investidores brincavam que ergueriam uma estátua para o presidente na avenida Faria Lima. A disparada do dólar e o derretimento da bolsa, porém, mostram que até a respeitada equipe econômica perdeu valor com a limitação de poderes que abateu o governo.

Nos últimos dias, o mercado se alimentou de boatos e turbulências. Circularam informações de que o presidente do Banco Central pediria demissão e de que haveria um aumento extraordinário dos juros. Como de costume, muitos perderam e alguns ganharam com a confusão.

O chefe do BC, Ilan Goldfajn, convocou uma entrevista para acalmar os investidores. Disse que continuava no emprego, que usaria armas para suavizar a escalada do dólar e que o governo mantém seu compromisso com a estabilidade.

O mercado ganhou uma rede de segurança, mas tudo voltará a aparecer apenas no retrovisor em pouco tempo. Investidores ainda vão ganhar e perder dinheiro nos sete meses que restam sob Temer, mas as grandes apostas serão feitas com os nebulosos preços do ano que vem.

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