Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Com adesões a Boulos, PT pode sofrer nova onda de desgastes nas eleições

Partido finge não ver problema em candidatura e ainda pode perder tempo com caça às bruxas

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O PT preferiu fazer pouco caso diante da adesão de eleitores identificados com o partido à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo. Afinal, o ex-ministro Celso Amorim não vota no município, e Chico Buarque nem é filiado à legenda, argumentaram dirigentes.

Os petistas fingiram não ver o problema. O partido comandou a Prefeitura por 12 anos em três décadas, mas penou para definir um nome na disputa deste ano. A vaga ficou com Jilmar Tatto, ex-deputado, ex-secretário e integrante de um clã que domina redutos políticos da zona sul.

De saída, a escolha não empolgou. Petistas notórios declararam apoio a Boulos, como o cientista político André Singer, o ex-presidente do PT Tarso Genro e a ex-deputada Bete Mendes, fundadora da legenda.

A sigla pode enfrentar uma nova onda de desgastes nas eleições municipais. Há quatro anos, a legenda perdeu 60% de suas prefeituras na esteira do impeachment e da Lava Jato. Agora, parece jogar para cumprir tabela em cidades importantes.

A escolha de Tatto representa uma opção pela política local, mas muitos petistas se incomodam com o fato de que o partido abriu mão de usar a campanha como palanque para um embate com Jair Bolsonaro. Alguns, como Tarso Genro, acreditam que o PT deveria se aliar a Boulos.

Ex-ministro de Lula e Dilma, Celso Amorim afirma que seu apoio ao candidato do PSOL não representa uma crítica ao PT. Ele argumenta que a eleição terá grande repercussão nacional e “precisa de candidatos que tenham essa dimensão”.

“O edifício está desabando. Não adianta só pregar um andaime novo”, diz. “O cansaço com a política tradicional requer um nome que venha com propostas novas, ideias novas.”

A presidente do PT disse que os filiados que apoiarem outras siglas podem sofrer sanções. “A filiação petista carrega consigo algumas responsabilidades, entre elas a de lealdade ao candidato do partido”, disse Gleisi Hoffmann ao repórter Fábio Zanini. A legenda ainda pode perder tempo numa caça a suas próprias bruxas.

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