Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Popularidade de Bolsonaro entre os mais pobres recua em algumas capitais

Avanço no eleitorado de baixa renda com pagamento do auxílio emergencial ainda é instável

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O impulso de popularidade conquistado por Jair Bolsonaro nas camadas de baixa renda refluiu em algumas capitais. A variação não é generalizada, mas sugere que a melhora na aprovação do governo com o pagamento do auxílio emergencial enfrenta os primeiros sinais das derrapagens da economia.

O aumento da rejeição ao presidente entre os mais pobres ocorreu numa dimensão considerável em pelo menos dez cidades. A mudança foi registrada em pesquisas do Ibope nas eleições municipais, que também perguntaram a opinião do eleitor sobre o trabalho de Bolsonaro.

Em João Pessoa, a única capital do país que teve um balanço negativo de vagas de emprego em outubro, o presidente perdeu 11 pontos entre eleitores de baixa renda que consideram o governo ótimo ou bom. A aprovação ao governo na base da pirâmide era de 42% no início de outubro e, agora, é de 31%.

Na capital que acumula a pior variação no mercado de trabalho em 2020, o presidente também teve prejuízos. No Rio, o índice positivo de Bolsonaro entre os mais pobres ficou estável (29%), mas houve um aumento de eleitores desse segmento que consideram seu trabalho ruim ou péssimo: de 33% para 40%.

O movimento de manutenção da popularidade somada a um crescimento da reprovação se repetiu em outras capitais. No Recife, a visão negativa do governo passou de 42% para 48% na baixa renda. Em São Paulo, o índice cresceu oito pontos nos últimos meses e chegou a 59%.

Nem todas as grandes cidades registraram variação negativa na popularidade de Bolsonaro entre os mais pobres. Em Goiânia, o percentual oscilou para baixo: 26% consideram o governo ruim ou péssimo. Em Salvador, esse índice ficou estável, em impressionantes 70%.

Os números mostram que o avanço bolsonarista no eleitorado de baixa renda ainda é instável. A chave da popularidade estará no comportamento desses grupos diante do fim do auxílio, da lenta recuperação do emprego e dos focos de inflação.​

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