Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Dúvidas sobre 2022 mostram que não existem candidatos de laboratório

Consórcio da terceira via faz manifesto, mas não produz nome com chances de 2º turno

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Um consórcio de empresários e caciques partidários se convenceu de que o país chegará a 2022 disposto a votar num nome de terceira via para o Palácio do Planalto. Na última semana, eles inventaram um grupo de WhatsApp e um manifesto político. Não conseguiram produzir ainda um projeto que mostre força suficiente para ir ao segundo turno.

Pesquisas feitas a 18 meses da disputa indicam que cerca de 60% dos brasileiros declaram intenção de votar em Jair Bolsonaro ou em Lula. Parece haver espaço de sobra para um nome alternativo, mas o terreno pode não ser tão fértil assim.

Para alcançar o segundo turno, a chapa precisaria deslocar Bolsonaro pela direita, desidratar Lula na esquerda ou aglutinar o eleitorado que, segundo esse grupo, está no centro. Por qualquer dessas rotas, seria necessário se aproximar dos 25% dos votos para seguir adiante.

A via da esquerda tende a ficar ocupada com o retorno de Lula à cena eleitoral. Ainda que o PT enfrente uma boa dose de rejeição, é razoável apostar que o ex-presidente pode superar os 29% dos votos obtidos por Fernando Haddad na última disputa. Dificilmente um nome como Ciro Gomes teria fôlego suficiente para ultrapassar o petista.

Pelo outro lado, seria preciso drenar o potencial político de um presidente que conseguiu reter uma popularidade na casa dos 30%, mesmo com uma rejeição crescente. Essa parece ser a opção preferencial da turma da terceira via: convencer eleitores desse campo a abandonar Bolsonaro e escolher uma alternativa "moderada" na direita. O envolvimento de Ciro seria uma tentativa de amenizar a marca conservadora.

Para superar o PT ou Bolsonaro apenas pelo centro, a tarefa também não é simples. Essa chapa poderia dominar uma centro-direita interessada em se afastar de um presidente radical, mas poderia ter dificuldade para desalojar um Lula que tem se apresentado com um figurino de centro-esquerda. Até aqui, o cenário mostra que não existem candidaturas fabricadas em laboratório.

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