Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Bruno Boghossian
Descrição de chapéu datafolha

Antibolsonarismo vira marca da campanha e segura rejeição a Lula

Nenhum sentimento parece mover o eleitor com tanta intensidade agora quanto o repúdio ao presidente

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O antibolsonarismo se firmou como a principal marca desta pré-campanha ao Planalto. Nenhum sentimento político parece mover os eleitores com tanta intensidade, até aqui, quanto a rejeição a Jair Bolsonaro.

Quando um presidente disputa a reeleição, a pergunta que inicia o processo de definição do voto é: ele merece continuar no cargo? Nas contas apresentadas pelo Datafolha, há um sonoro "não" na cabeça do eleitor.

Seis em cada dez entrevistados dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum. No primeiro turno, ele tem só 22% das intenções de voto. No segundo, alcança no máximo 34%.

A rejeição a Bolsonaro é tanta que boa parte dos eleitores de Sergio Moro e João Doria se recusa a apoiá-lo no segundo turno, mesmo se Lula estiver do outro lado. Entre os simpatizantes do ex-juiz, dois terços preferem votar em branco ou no petista. Do lado tucano, 55% vão com o ex-presidente, e 20% anulam o voto.

LULA X BOLSONARO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) - Marlene Bergamo/Folhapress e Adriano Machado/Reuters

Bolsonaro ainda tem tempo, propaganda e dinheiro para tentar amenizar esse repúdio, mas o fato é que uma parcela considerável da população já está preocupada em decidir quem deve substituí-lo em 2023.

Mantido nessa linha, o cenário levanta uma segunda pergunta que deve formatar o voto do eleitor: Lula merece voltar à Presidência? O petista tem protagonismo nesse processo de escolha porque é o mais conhecido dos adversários de Bolsonaro, tem um portfólio de dois governos debaixo do braço e desperta resistência em parte do eleitorado.

A preocupação inicial com a remoção de Bolsonaro ajuda a manter o antipetismo em níveis moderados nesta largada da corrida (a rejeição a Lula está em 34%, segundo o Datafolha), mas pode subir caso o eleitor e os demais candidatos considerem o atual presidente derrotado e voltem suas atenções para o petista.

Lula trabalha para se antecipar a esse momento. O esforço precoce do PT para fechar uma chapa com Geraldo Alckmin como vice é uma tentativa de amenizar as resistências que devem surgir nessa segunda etapa da campanha.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.