Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Os obstáculos de Moro, Doria e Ciro para passar Bolsonaro e chegar ao 2º turno

No mercado futuro, presidente ainda é favorito para preservar uma vaga na disputa com Lula

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A virada do ano desenha um grid de largada mais ou menos estável para a eleição presidencial: Lula ocupa uma faixa de 40% das intenções de voto, Jair Bolsonaro tem o apoio de 25% dos eleitores, e 5% a 10% devem ir às urnas para votar em branco ou nulo. Nesse início de corrida, há poucos pontos de ultrapassagem à vista para outros candidatos.

Até aqui, Lula e Bolsonaro têm posições sólidas (ambos são citados espontaneamente como favoritos por uma larga fatia dos eleitores). Isso significa que Sergio Moro, João Doria e Ciro Gomes disputam espaços relativamente estreitos para tomar o segundo lugar do presidente.

Moro apareceu com dois dígitos em pesquisas feitas após o lançamento de sua pré-candidatura, o que alimentou a percepção de que ele seria o nome mais competitivo do grupo. O problema: para superar Bolsonaro, o ex-juiz precisa de parte dos eleitores do presidente –que preferem continuar ao lado do original até que Moro mostre se é capaz de bater Lula no segundo turno.

João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT), pré-candidatos à Presidência em 2022 - Pedro Ladeira/Folhapress

O potencial de crescimento de Moro ainda esbarra numa imagem contraditória captada pelos eleitores. O ex-juiz tenta aparecer como novidade, mas tem uma figura política ao mesmo tempo marcada pela falta de experiência e desgastada por sua passagem pelo governo.

Já Doria pretende usar a seu favor o portfólio do governo paulista. O tucano, no entanto, parte de um patamar pouco favorável no estado, com avaliação positiva de apenas um em cada quatro eleitores. Além disso, ele pode enfrentar a mesma dificuldade que sepultou Geraldo Alckmin em 2018. Patinando nas pesquisas, o ex-governador cristalizou a impressão de que não tinha chances na disputa, o que empurrou potenciais eleitores para Bolsonaro.

Ciro Gomes, por sua vez, conta com o recall de seu nome e com o fato de capturar eleitores que não votam em Moro ou Doria. Ainda assim, precisa de votos da direita para passar Bolsonaro –e está no fim da fila.

No mercado futuro, o presidente ainda é favorito para chegar ao segundo turno. O Auxílio Brasil e um esperado refluxo na inflação podem ajudá-lo a preservar seus índices ou até recuperar pontos nas pesquisas. Salvo algum tropeço, essa vaga só muda de mãos se, às vésperas da eleição, Bolsonaro se mostrar incapaz de vencer Lula.

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