Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Os termômetros do centrão para a eleição de 2022

Políticos podem acordar com Bolsonaro, liberar verba em seus redutos e dormir com novo presidente

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Às portas de mais um ano eleitoral, o líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara afirmou que Lula foi "um bom presidente". Operador político da aliança centrão-Planalto, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) disse à Folha que o petista tinha "uma perspicácia muito grande". "Tivemos uma boa parceria, nosso partido com ele", declarou.

Os agentes do centrão costumam ser um termômetro do poder. A fluidez desbragada desses políticos permite que eles durmam com Bolsonaro, acordem distribuindo tratores para prefeitos de oposição, passem a tarde em campanha pela reeleição do presidente e corram para a cama com um novo inquilino no Palácio da Alvorada.

Esses movimentos se baseiam em perspectivas eleitorais ou numa expectativa futura de poder. Barros se encaixa na segunda categoria. O deputado provavelmente não precisa de Lula para renovar seu mandato no Paraná, mas não quer correr o risco de ficar mal com o futuro governo se o petista vencer a eleição.

Outros políticos fazem cálculos mais próximos. Há dez dias, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou o cargo de líder do governo no Senado após ser abandonado pelo Planalto na disputa por uma vaga no TCU. Com isso, a família de políticos que ele lidera cortou um laço com um presidente que tem 67% de rejeição no Nordeste.

Do lado oposto, há políticos experimentados que apostam numa suada recuperação de Bolsonaro. Partidos como PL e PP continuam ao lado do governo e aproveitam os meses finais da verba pública oficial. Muitos deles ainda acreditam que o presidente tem ferramentas para ser um candidato competitivo e apostam num desempenho razoável de sua chapa –ao menos no primeiro turno.

Para esse núcleo do centrão, a vida continuará confortável se Bolsonaro for reeleito, mas ninguém parece crer que as portas estarão fechadas em caso de revés. Prova disso é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que quer continuar no cargo em 2023. "A vida do presidente Bolsonaro é uma. A minha vida é outra", declarou, em novembro.

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