Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bolsonaro usa arsenal sucateado para tentar se reerguer em 2022

Com desempenho anêmico nas pesquisas e poucas realizações, presidente repete plataforma envelhecida

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Jair Bolsonaro buscou um arsenal sucateado para tentar reerguer sua candidatura à reeleição. Em menos de 24 horas, o presidente voltou a procurar briga com ministros do STF, fugiu da responsabilidade por problemas na economia, renovou sua estratégia de propagação intencional da Covid e reciclou falsas suspeitas de interferência nas eleições.

Com desempenho anêmico nas pesquisas, poucas realizações e um cenário econômico que deve dificultar sua vida, Bolsonaro mostrou que tem poucas armas para a campanha. Uma delas já é clássica: culpar outras autoridades e até a população pelos problemas que ele deveria resolver.

No dia em que a Petrobras aumentou o diesel e a gasolina pela primeira vez em 2022, Bolsonaro voltou a insinuar que a responsabilidade era dos governadores. Sobre a inflação, ele mirou aqueles que respeitaram medidas de restrição para limitar a morte em massa de brasileiros. "O cara ficou em casa, apoiou e agora quer me culpar pela inflação", disse.

Bolsonaro também atualizou a política de disseminação proposital do coronavírus, saudando a explosão da variante ômicron. O presidente se opõe à vacinação e não oferece planos para ajudar o país a enfrentar o aumento de infectados, mas diz que a nova cepa "é bem-vinda".

O figurino do político perseguido pelos poderosos também foi tirado do armário mais uma vez. Bolsonaro acusou os ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso de trabalharem a favor da candidatura de Lula. De quebra, reproduziu a informação falsa de que houve manipulação das urnas eletrônicas em 2018 para beneficiar o PT.

A antipolítica ainda é o expediente favorito de Bolsonaro. Nesta quarta (12), ele reclamou de um Brasil do passado em que a corrupção reinava e parlamentares cobravam propina para agendar reuniões em órgãos do governo. O presidente deve ter esquecido que, no fim de 2020, seu filho Jair Renan abriu as portas do Ministério do Desenvolvimento Regional para um dos patrocinadores de sua empresa de eventos.

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