Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula e PT fazem exibição controlada de planos para a economia

Ex-presidente emite poucos sinais sobre agenda, com foco em eleitor de baixa renda e na classe média

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Lula apresentou um esboço das bases de seu plano econômico numa entrevista coletiva no início de outubro. "Eu quero um Estado com força para que ele seja o indutor do desenvolvimento. Um Estado que não tenha preocupação de fazer dívida para investir num ativo produtivo para este país", disse.

O PT rejeita a ideia de anunciar publicamente um assessor econômico para a candidatura de Lula, com o argumento de que o próprio ex-presidente será o responsável por esse capítulo do programa. Ele mesmo já repetiu os pilares dessa agenda em declarações feitas nos últimos meses: investimento público e ampliação de gastos sociais, com o equilíbrio fiscal em segundo plano.

"Eu quero um Estado que não discuta se vai financiar a educação porque é gasto. Tem que financiar a educação. Um Estado que cuide das pessoas sem se preocupar com o gasto de cuidar das pessoas", afirmou Lula, naquela mesma entrevista.

Os petistas decidiram fazer uma exibição controlada de seus planos para a economia nesta etapa da pré-campanha. O ex-presidente lança pistas pelo caminho, enquanto ninguém se apresenta como um porta-voz oficial para a área. Mesmo Guido Mantega, que assinou na Folha um artigo sobre os planos de Lula, precisou anotar que o texto "não expressa o ponto de vista da candidatura".

Essa movimentação faz parte de um cálculo eleitoral dos petistas. Primeiro, o ex-presidente quer mandar sinais de que seu programa econômico será formatado para a população mais pobre, sem destaque para restrições de gastos. Além disso, os petistas limitam a divulgação de detalhes para deixar margem para possíveis negociações nesse capítulo ao longo da corrida.

A economia será uma peça-chave da campanha de Lula para tentar cativar o eleitorado de baixa renda e da classe média. A ideia é explorar nessa pauta um contraponto central entre o petista e o governo de Jair Bolsonaro. O desenho completo da agenda, no entanto, só deve aparecer quando a disputa apertar.

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