Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Governo age para se proteger de escândalo, não para evitar assédio

Pedro Guimarães só virou problema quando passou a representar perigo para Bolsonaro

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Jair Bolsonaro entregou uma operação financeira na casa dos trilhões de reais, conferiu prestígio singular e abrigou por mais de três anos um sujeito conhecido como Pedro Maluco. É difícil acreditar que gente importante do governo não soubesse exatamente quem era o homem instalado no comando da Caixa.

Assim que as acusações de assédio envolvendo Pedro Guimarães foram divulgadas, surgiram os indícios de que aqueles relatos já circulavam nos corredores de Brasília. Algumas histórias eram conhecidas desde que ele foi escolhido por Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes para chefiar o banco.

O economista ganhou o apelido na iniciativa privada. Segundo o jornal O Globo, funcionárias de dois bancos em que ele trabalhou antes de chegar ao governo dizem que Guimarães protagonizou situações de assédio moral e sexual. A conduta, segundo elas, se repetia em público, na frente de testemunhas.

No banco federal, também não parecia haver segredo, de acordo com as acusações reveladas pelo site Metrópoles na última terça-feira (28). Uma das mulheres afirmou que um funcionário da Caixa chegou a procurá-la para intermediar um encontro a sós com Guimarães.

No fim do ano passado, o economista se lançou num embate dentro do banco ao saber que algumas mulheres estavam dispostas a denunciá-lo. A história chegou a Paulo Guedes, como também noticiou O Globo. Guimarães negou as acusações, afirmou ser vítima de perseguição e continuou tocando a vida.

O comportamento do chefe da Caixa só se tornou um problema quando passou a representar um perigo para o Palácio do Planalto. O senador Flávio Bolsonaro disse ao jornal O Estado de S. Paulo que Guimarães topou pedir demissão porque "compreendeu que poderia ser usado para explorar o presidente".

O governo agiu com pressa para proteger Bolsonaro no momento em que a história virou um escândalo. Ninguém se mexeu com a mesma rapidez para evitar o assédio.

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