Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Rejeição e fidelidade aceleram afunilamento entre Lula e Bolsonaro

Só 5% dos entrevistados disseram ao Datafolha que não votam nem no petista nem no atual presidente

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Os números da rejeição são um fator determinante no processo de afunilamento da corrida eleitoral entre Lula e Jair Bolsonaro. Na última pesquisa do Datafolha, 82% dos entrevistados disseram rejeitar um dos dois candidatos no primeiro turno. O índice poderia ser um sinal de que o eleitor está em busca de nomes alternativos, mas não é bem assim: só 5% afirmaram que não votam nem no petista nem no atual presidente.

Aos poucos, a eleição se configura como um duelo de torcidas relativamente consolidado. Uma fatia de 76% dos eleitores que rejeitam Bolsonaro declara voto em Lula. Entre os entrevistados que descartam o petista, 69% pretendem ir com o atual presidente no primeiro turno.

Essa concentração de votos se intensificou. Em março, 68% dos entrevistados que rejeitavam Bolsonaro declaravam apoio a Lula. Entre aqueles que rejeitavam o petista, 60% votavam no capitão.

Os percentuais reforçam um cenário que se desenha desde as etapas iniciais da corrida. Parte considerável dos brasileiros identifica Lula como a principal alternativa a Bolsonaro nesta eleição, mesmo que alguns deles não considerem o petista um candidato ideal.

LULA X BOLSONARO
Montagem com fotos do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula - Anderson Riedel/PR e Bruno Santos/Folhapress

Só 9% dos antibolsonaristas dizem que não votam em Lula de jeito nenhum. Algo parecido ocorre do outro lado: 15% dos que rejeitam Lula se recusam a votar em Bolsonaro.

Ainda que alguns políticos acreditem que as altas rejeições possam beneficiar um nome da chamada terceira via, o que se vê é o contrário. O retrato é bem diferente, por exemplo, daquele de 2014, quando Aécio Neves e Marina Silva dividiam as preferências dos eleitores que rejeitavam Dilma Rousseff. Os dois disputaram até as últimas semanas uma vaga no segundo turno.

Neste ano, há menos espaço para esse tipo de concorrência porque o terreno foi ocupado cedo por dois nomes com altos índices de rejeição e fidelidade. O sentimento de oposição combinada a Lula e Bolsonaro, esperado por outros candidatos, ainda não apareceu.

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