As autoridades da Alemanha mostraram que levam a sério ameaças de golpe de Estado. Nesta quarta (7), a polícia do país prendeu 25 integrantes de um grupo de extrema direita que tramava um ataque armado à sede da Câmara para derrubar o governo e levar ao poder um descendente da família real.
Entre os conspiradores estavam monarquistas e simpatizantes do nazismo. Segundo o Ministério Público, eles eram "unidos por uma profunda rejeição às instituições". Os investigadores se recusaram a tratar os conspiradores como um punhado de radicais e lunáticos. Quase 3.000 policiais foram chamados para fazer as prisões.
O peso da lei é a única resposta possível para o golpismo. Num sistema democrático, qualquer cidadão pode declarar "profunda rejeição" ao resultado de uma eleição, às decisões de um governante ou a um regime político. A tolerância termina quando esse cidadão ameaça o próprio sistema democrático.
No Peru, o presidente Pedro Castillo foi destituído e preso depois de ensaiar uma manobra nos moldes do autogolpe de Alberto Fujimori, há 30 anos. Nesta quarta, o líder esquerdista anunciou a dissolução do Congresso e um governo de exceção.
A Constituição peruana autoriza o presidente a dissolver o Legislativo em determinados casos, mas Castillo tentou agir fora dessas regras. A ideia era escapar de um processo de impeachment e ampliar seu poder.
No Brasil, conspiração golpista ocorre à luz do dia. Incentivados por parlamentares e ministros, manifestantes permanecem mobilizados para impedir a posse de um presidente eleito pelo voto e instalar no país um regime autoritário.
Uma linha presente nos protestos é o plano de usar a força para reverter o resultado da eleição, com ataques violentos em rodovias, participação efetiva de militares e a convocação de civis armados. Na última terça (6), a Polícia Federal prendeu um empresário que convocava atiradores para o acampamento golpista montado em Brasília.
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