Catarina Rochamonte

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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Pandemia solta, Queiroz preso e corda esticada

Crise política atingiu nível de tensão que requer um desfecho

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A crise política atingiu um nível de tensão que requer um desfecho. Os nervos do público já não suportam o prolongamento do drama e, principalmente, a crise sanitária não suporta mais o peso suplementar da crise política. O componente político-ideológico da crise obscurece a visão do que é mais importante: as vidas perdidas e ameaçadas pela pandemia. Não há número de mortes que traga ao presidente o mínimo de razoabilidade no enfrentamento de tão grave questão. Pelo contrário, a cada dia, estica-se a corda da crise política em meio à crise sanitária.

A prisão de Queiroz, com seus desdobramentos explosivos que envolvem o clã Bolsonaro, agravou tudo. A saída de Moro do governo, lembremos, deveu-se à intransigência do presidente em querer trocar o diretor da PF, com interesse mais específico na superintendência do Rio: "Eu não vou esperar foder minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha de uma estrutura que é nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro", vociferou o presidente em reunião ministerial. Trocou-se o ministro. Bolsonaro não queria ser "surpreendido com notícias", mas acabou surpreendido com a prisão de Queiroz na casa de Wassef.

No começo do mandato, em meio às primeiras repercussões envolvendo as denúncias contra o filho, Bolsonaro declarou: "Se ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar". Declaração honrosa. Desonroso é agir para impedir a Justiça de obter tais provas. O Brasil, afinal, não está acima de tudo?

Quanto mais a crise se agrava, mais Bolsonaro se articula com o centrão para se blindar de um provável impeachment. Quanto mais acuado, mais refém do establishment que diz combater.

Espera-se, porém, que a Justiça não mire apenas Flávio Bolsonaro, mas todos os 27 políticos que constam na lista do Coaf como investigados por "rachadinhas".

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