Catarina Rochamonte

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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Descrição de chapéu Folhajus

2020-2022: em busca do centro político

O grande vitorioso do primeiro turno dessas eleições foi o centro

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PT, Lula e Bolsonaro foram fragorosamente derrotados no primeiro turno destas eleições de 2020. O PT pode recuperar-se um pouco no segundo turno, com a provável vitória de Marília Arraes em Recife, mas Lula, politicamente, acabou. Antigamente elegia qualquer poste, hoje mais atrapalha do que ajuda. Se conseguir driblar a Justiça e candidatar-se a presidente em 2022 será péssimo para o PT, em particular, e para a esquerda, em geral.

Na esquerda, aliás, a principal referência partidária passa a ser o PSOL, que pode vencer em Belém, com Edmilson Rodrigues. Mesmo que Guilherme Boulos não seja eleito em São Paulo, sua passagem para o segundo turno já o transformou na nova estrela vermelha. Memes da internet dão conta que os paulistanos têm duas opções: ficar em casa ou ficar sem casa.

Se o declínio do ex-presidente Lula tem sido exaustivamente longo, o encolhimento de Bolsonaro é surpreendentemente precoce. O apoio do presidente derrotou candidatos no primeiro turno e está atrapalhando candidatos no segundo.

Bolsonaro abandonou sua fiel base ideológica para jogar-se nos braços do volúvel centrão que, com os resultados eleitorais do primeiro turno, já o olha torto. A derrota do amigo Donald Tump nos EUA desnorteou ainda mais o presidente brasileiro. Se ele continuar no rumo do desatino e da irresponsabilidade é possível que não chegue sequer ao fim do mandato. No momento, tornou-se um estorvo para a direita mais ponderada.

O grande vitorioso do primeiro turno dessas eleições foi o centro. Não o centrão fisiológico, mas o centro ideológico. Eleitores preocuparam-se em fugir dos extremos, independentemente do partido dos candidatos. A maioria dos votos foi para centro-direita ou centro-esquerda.

Esse centro ideológico está sem referência em âmbito nacional, e pretensos candidatos a presidente tentam ocupar o espaço. Mas o centro é um ponto de equilíbrio, e xingar o adversário de fascista não credencia ninguém a estar lá.

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