Catarina Rochamonte

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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Prevent Senior: pacto por Mamom, o deus do dinheiro e da ganância

Há indícios de vários crimes da operadora, da fraude ao crime contra a vida

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Pelo que já foi exposto na CPI da Covid e apresentado em longas reportagens do jornalismo investigativo, há indícios fortes de que gestores do plano de saúde Prevent Senior cometeram crimes variados em espécie e gravidade, que vão da fraude e falsificação —visando a uma subnotificação de mortes por Covid-19 e incremento ao uso de remédios sem eficácia (tratamento precoce)— ao crime contra a vida; no caso, assassinato na forma de eutanásia disfarçada e não autorizada: homicídio qualificado, com o agravante hediondo de as vítimas se tratarem de pessoas em condições de extrema fragilidade, absolutamente indefesas.

O que especialmente traz esse caso tenebroso para o âmbito da CPI e para o centro do debate político é a denúncia de que, na origem dos possíveis crimes da Prevent Senior, estaria uma pactuação com o governo federal, por intermédio do chamado “gabinete paralelo”, para execução da estratégia sanitária —ou antisanitária— da “imunidade de rebanho” que, ao fim, mostrou-se desastrosa, tendo concorrido fortemente para a tragédia que já atinge no Brasil o número de 600 mil mortes.

Certamente tais denúncias precisam ser investigadas por órgãos judiciais e policiais competentes; e já começaram a ser, justamente por instigação do que está sendo exposto na CPI da Covid e na imprensa. O que absolutamente não se pode admitir é que a tropa de choque de Bolsonaro na CPI e toda a legião de passadores de pano do bolsonarismo queiram desde já fazer submergir tais denúncias sob o peso do desdém e do deboche.

Pelo que se vai revelando, apesar da repugnante inspiração da insígnia “Obediência e Lealdade”, que servia de lema à empresa, as simpatias totalitárias são menos determinante na possível materialidade criminosa do que o pragmatismo e a devoção ao lucro: as práticas fora do amparo da legalidade e da ética médica não teriam sido feitas por devoção a Bolsonaro ou Hitler, mas a Mamom, o deus do dinheiro, da ganância.

Otavio Fakhoury  na CPI da Covid no Senado - Leopoldo Silva/Agência Senado

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