Claudia Costin

Diretora do Centro de Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

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A educação pós-pandemia e a Conferência do Clima

Educar para o desenvolvimento sustentável é garantir a sobrevivência das gerações

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Vivemos, no país, tempos desafiadores, nas mais diversas acepções da expressão. A pandemia desacelerou, mas deixou uma enormidade de mortos e sequelados, dados tristes de desemprego, a retomada de trabalho infantil e uma sociedade fragmentada.

Ao contarmos os atingidos pela tragédia, não podemos nos esquecer das crianças e jovens privados do acesso presencial às escolas e, em alguns casos, de qualquer contato com seus mestres, por um período prolongado. Muitos ainda estão distantes das salas de aula ou vivendo um rodízio com seus colegas, o que torna o processo de aprendizagem bem menos efetivo. Outros não irão voltar, pois acabaram se desconectando da escola ou estão em situação de trabalho infantil.

Governos estaduais e municipais tentam, em sua maioria, construir uma solução para isso, com o apoio de organizações como a Unicef, que foi incansável em orientar processos de busca ativa de crianças nesta triste crise. Certamente, boas políticas públicas podem ajudar a resgatar as aprendizagens perdidas e a assegurar que voltemos para uma educação transformada, com uma educação de maior qualidade e com o apoio das tecnologias que aprendemos a usar no processo de ensino durante o isolamento social.

Mas há algo mais que poderemos fazer no retorno ao presencial: educar para valores, formando os alunos não apenas para o sucesso acadêmico ou para o mundo do trabalho, mas para uma cidadania global, para um compromisso com o futuro do planeta.

Na semana em que ocorre a COP 15, a Conferência das Partes pela Biodiversidade, para nos preparar para a grande Conferência do Clima, na Escócia, é importante lembrar que, em 2015, ao definirmos o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 4, referente à educação, incluímos nele uma meta associada à cidadania global. Ela estabelecia que os países signatários, entre eles o Brasil, garantiriam até 2030 que todos os alunos recebessem uma educação que fomentasse, entre outros pontos, estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, uma cultura de paz e não violência e a cidadania global.

Também nesta semana, a Organização Mundial da Saúde declarou que a mudança climática tem importante impacto no planeta não só por meio da destruição dos habitats de animais, plantas e pessoas como pela emergência de pandemias como a que vivemos hoje.

Nesse sentido, educar as novas gerações para o desenvolvimento sustentável não é apenas promover entre eles um imperativo ético intergeracional, mas garantir-lhes sua própria sobrevivência, e isso numa sociedade mais coesa e justa que a que nós, adultos, logramos construir para eles.

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