Claudia Costin

Diretora do Centro de Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Claudia Costin
Descrição de chapéu enem Fies

A celebração da ciência e da aprendizagem ao longo da vida

O aperfeiçoamento e a difusão científica no país estão ameaçados

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Celebramos, no último dia 8, duas efemérides relevantes que nos convocam a pensar neste Brasil mergulhado em desafios: o Dia Nacional da Ciência e o aniversário de 101 anos de um grande pensador da educação, o Edgar Morin.

No primeiro caso, trata-se de uma homenagem aos pesquisadores e cientistas que fazem avançar o conhecimento sobre como a natureza e a sociedade funcionam e, assim, trazem melhorias para a vida, mitigam riscos ou solucionam problemas.

A data foi escolhida pois em 8 de julho de 1948 foi criada a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade civil voltada para a defesa do avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento educacional no Brasil. Desde sua fundação, a SBPC exerce relevante papel na expansão e aperfeiçoamento do sistema nacional de ciência e tecnologia e na difusão científica no país.

Infelizmente, esse sistema se encontra ameaçado de muitas maneiras. Em primeiro lugar, pela constante tentativa de bloquear recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), um dos principais mecanismos de financiamento da pesquisa e inovação no país. Nesta terça (12), afortunadamente, a última tentativa de drenar seus recursos foi derrotada no Congresso. Mas as universidades públicas, responsáveis por 90% das pesquisas brasileiras, estiveram desde 2019 sob ataque constante, com cortes importantes em seus orçamentos.

Em segundo lugar, tem surgido certa desconfiança em pesquisas, bombardeadas por teorias conspiratórias ou "fatos alternativos" que frequentam as redes sociais. Além disso, as evidências científicas vêm sendo refutadas, especialmente na saúde, por crenças infundadas, experimentos não testados e superstições, num claro negacionismo científico

A segunda efeméride, a celebração da longa vida do filósofo francês Edgar Morin, traz-nos a oportunidade de olhar para a educação como aprendizagem individual e coletiva.

Morin continua refletindo sobre as transformações que o mundo vive e sobre a importância de mudar a educação para enfrentar novos e velhos desafios.

O filósofo Edgar Morin
O filósofo Edgar Morin - Reprodução

Depois de seu "A Religação dos Saberes", em que, numa crítica ao ensino secundário francês, propõe que se acabe com a fragmentação das disciplinas, levando os alunos a serem pensadores capazes de compreender a complexidade, publicou, no seu centenário, o "Lições de Um século de Vida", em que mostra como ele próprio, seja como membro da Resistência Francesa contra o nazismo, seja como pensador arguto de seu tempo, seguiu uma trajetória em que aprendizagem, reflexão e ação transformadora sempre estiveram presentes e combinadas.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.