Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Claudio Bernardes

Ecossistema intermodal pode ser solução para transporte nas cidades

Plataformas poderiam combinar avanços na tecnologia para alinhar oferta e demanda

Uma cidade inteligente é administrada com base em processamento de dados, principalmente na concepção e operação dos sistemas de transporte.

É possível extrair uma enorme quantidade de informações a partir do uso da inteligência artificial, da internet das coisas e de outras tecnologias digitais para tomar decisões inteligentes sobre pessoas, lugares e, sobretudo, sobre a interação que pode ocorrer entre eles.

Cada vez mais, o ecossistema de transporte urbano deverá incluir opções, como compartilhamento de veículos e bicicletas, melhoria das condições para pedestres e veículos autônomos.

Está mais do que na hora de as cidades partirem definitivamente para o desenvolvimento de plataformas de mobilidade integradas, que possam empregar a tecnologia para potencializar a utilização do transporte público e tornar mais rápido, eficiente e barato o deslocamento das pessoas nas áreas urbanas.

Contudo, para tirar proveito de forma eficiente das tecnologias emergentes para resolver as questões mais complexas, talvez seja necessário um sistema mais abrangente, que transcenda a infraestrutura existente e impulsione a padronização técnica e a interoperacionalidade entre os diversos modais.

Cidades como Singapura, Copenhague, Dubai e Barcelona estão adotando soluções consideradas exemplos de como a mobilidade urbana pode ser direcionada. Soluções que compartilham dados e condições de mobilidade em tempo real, e podem constituir-se em componente importante para a estruturação de uma plataforma de mobilidade mais ampla.

Por outro lado, o setor privado está se movendo ativamente para permitir uma integração ainda mais profunda e abrangente dos sistemas de transporte.

A Ford, por exemplo, lançou em janeiro deste ano a “Transportation Mobility Cloud”, uma plataforma baseada em nuvem, que pode gerenciar fluxos de informações e transações básicas entre os componentes do ecossistema de transporte –prestadores de serviços, automóveis, bicicletas, pedestres e transportes coletivos.

O objetivo mais amplo da plataforma da Ford, segundo Marcy Klevorn, vice-presidente executivo e presidente da Ford Mobility, é liberar o potencial dos componentes conectados em todos os níveis dos sistemas de transporte urbano, não apenas para avançar tecnologicamente, mas para incorporar suas vantagens ao dia a dia das pessoas que precisam se deslocar pelas cidades.

Uma plataforma intermodal de mobilidade seria capaz de unir a infraestrutura física e os modais de transporte aos prestadores de serviços nessa área, gerando maior produtividade e otimização em todo o sistema.

Essas plataformas poderiam combinar avanços na tecnologia da internet das coisas, big data e análise cognitiva para alinhar mais eficientemente a oferta e a demanda, ao mesmo tempo em que atendem às preferências individuais e otimizam os recursos de transporte para melhorar a vida urbana.

Esses ecossistemas de transporte podem proporcionar troca de informações e processar vários tipos de dados relacionados à mobilidade gerados por sensores e por meio de transações eletrônicas em toda a cidade, permitindo análises históricas de oferta e demanda para adaptar o sistema de transporte a uma melhor adequação futura.

É função dos governantes identificar os modelos de investimento mais adequados para viabilizar a obtenção e o compartilhamento de dados, monitorando a segurança cibernética, incentivando a inovação e a participação do setor privado, além de estabelecer as normas e regras para que sejam alcançados os melhores resultados a longo prazo.

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