Na última semana, foram apresentadas no ULI Fall Meeting, evento realizado pelo Urban Land Institute, em Boston, nos EUA, as principais tendências para o mercado imobiliário americano em 2019.
O financiamento das atividades imobiliárias é uma questão central para o seu desenvolvimento. Estudo aponta que a diversidade de investidores e formas de investimento são tendências claras, que devem se solidificar e se aliar à pluralidade de produtos imobiliários.
A revolução da informação e do processamento de dados, que estrutura os modelos de investimento mais sofisticados, trará modificações importantes na competição e na eficiência do apoio financeiro ao setor imobiliário.
A revitalização urbana das cidades americanas recebeu um tremendo impulso com o fluxo de pessoas da geração “milennials” –jovens com idade em torno de 30 anos–, e esse fato tem sido extremamente significativo para a formatação do mercado. Contudo, à medida que esses jovens envelhecerem e formarem suas famílias, a tendência é que se comportem de forma mais parecida com seus pais e isso, a médio prazo, levará à reestruturação da matriz de oferta de produtos residenciais.
A Inteligência Artificial (IA) não pode ser desconhecida nas tendências do mercado. Entretanto, o impacto da IA dar-se-á mais na forma como o trabalho é realizado do que sobre o número de trabalhadores.
A “Forrester Research” estima que, até 2027, a IA afetará até 25% das tarefas diárias realizadas pelos trabalhadores. A integração dessa tendência com a logística de transporte das indústrias tem grande potencial para estimular a mudança de projetos e a localização dos futuros edifícios destinados à cadeia de suprimentos.
A grande maioria das vendas no varejo ainda acontece por meio de um canal físico. Mas o comércio eletrônico continua crescendo e se expandindo em setores como os de bens de luxo, considerados relativamente isolados da concorrência online.
A transformação contínua do setor de varejo é multifacetada, com a parte mais notável dessa transformação sendo a diminuição do espaço de varejo per capita nos Estados Unidos, uma tendência que deve se manter na próxima década.
Esse encolhimento no espaço de varejo ocupado não é apenas um movimento em direção aos níveis globais; é também o resultado da reformulação no atendimento às necessidades dos consumidores, com o fechamento de locais que não fazem mais sentido neste novo ambiente de varejo.
Nos EUA, de acordo com o departamento nacional de habitação e desenvolvimento urbano, existem 12 milhões de americanos que gastam mais de 50% do salário com habitação, e vem caindo o índice de acesso à moradia, principalmente pela elevação dos preços.
Desde 2015, a combinação entre elevação de preços e aumento das taxas de juros em financiamentos hipotecários fez com que diminuísse em 15% o índice de acesso à moradia. Pesquisadores da academia e da indústria estimam a necessidade de 4,6 milhões de moradias para locação até 2030.
A política de restrição à imigração deve ter efeitos negativos imediatos na economia, diminuindo o potencial de crescimento econômico a médio prazo. Esse fato pode, entre outras consequências, comprometer os investimentos no mercado imobiliário.
O estudo aponta ainda que o desempenho do mercado imobiliário depende da união dos setores público e privado, a fim de abordar e gerenciar prioridades competitivas da operação da cidade e da atividade econômica, tais como externalidades ambientais, demandas no espaço público e regramento do uso do solo.
Essas tendências e modelos de operação podem se aplicar ao mercado brasileiro. Vamos ficar atentos.
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