Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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A ambiência digital urbana e a população de idosos

Tecnologia pode ajudar pessoas mais velhas a manter contato com a família e aumentar sua interação social

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O envelhecimento tem sido, ao longo dos anos, aspecto relevante nos estudos das políticas sociais e urbanas. As primeiras ideias estruturadas com o intuito de desenvolver comunidades para idosos foram lançadas no início dos anos 2000, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), calcadas no conceito de “envelhecimento ativo” lançado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1999.

Contudo, alguns fatores reforçam a necessidade de aprofundar essa discussão para reordenar os modelos que abordam a relação entre as pessoas idosas e os ambientes urbanos. Entre eles, estão os impactos de mudanças demográficas importantes, a existência de políticas sociais com o objetivo de que as pessoas envelheçam com independência, o quanto for possível, em suas moradias, e a repercussão das crescentes mudanças urbanas na vida dos idosos.

Além daquilo que é inquestionável e já foi fartamente discutido, como inclusão social, acessibilidade das estruturas urbanas e facilidades para a mobilidade segura nas vias e nos espaços públicos e privados, surge como prioridade a adaptação da população idosa à ambiência digital, fato que deve ser mais bem compreendido e pode até mesmo ajudar a aperfeiçoar os modelos existentes.

Aspectos relacionados à mobilidade, tão importantes para os idosos nas áreas urbanas, ganham nova dimensão na era digital, principalmente em função de novidades, como os carros autônomos, as tecnologias a serviço dos pedestres e os aplicativos relacionados ao transporte.

O desenvolvimento de tecnologias digitais que possam fornecer cuidados personalizados de saúde em casa deve ser mais explorado. Procedimentos como a telemedicina, que permite aos médicos se relacionarem com seus pacientes a distância, por meio de sensores conectados à internet, pode ser também um grande avanço nessa área, diminuindo a necessidade de locomoção pela cidade. O grupo etário com crescimento mais rápido no Facebook é o de idosos mais velhos. Mantê-los conectados é uma excelente oportunidade para treiná-los digitalmente.

Outra ideia interessante é transformar os banheiros das casas dos idosos em pequenos laboratórios de análises clínicas digitais para exames básicos, feitos de forma automática à medida que são utilizados, e emitindo alertas quando alguma coisa estiver errada.

Um papel importante da tecnologia sob esse aspecto é, por meio da coleta eletrônica de dados, de levantamentos geográficos, mapeamentos e visualização de imagens, estruturar uma base de conhecimento para auxiliar no desenvolvimento de projeto de ambientes, espaços urbanos e sistemas para as pessoas idosas.

Além disso, captar com precisão como os idosos percebem a tecnologia e entender seu perfil é fundamental para desenvolver programas voltados a eles. De qualquer forma, sabemos que as comunidades de idosos caracterizam-se, em sua maioria, por pessoas com rendimentos médios e baixos, menos exigências financeiras e muito tempo para o lazer, necessitando, contudo, de muita integração social.

Considerando o rápido envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, fica clara a necessidade de utilizar a tecnologia para não só tirar a pressão sobre o sistema de saúde, mas para ajudar os idosos em sua interação com o meio ambiente urbano.

Enfim, a era digital pode ajudar os idosos a manter contato com seus familiares e amigos, desenvolver um ambiente mais seguro em casa e nos espaços públicos, facilitar cuidados médicos, introduzir novas motivações em suas vidas, gerar maior acesso à informação e aumentar o nível de interação social, além de melhorar a autoestima e satisfação com a vida. Mãos à obra!

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