Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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O mercado imobiliário residencial na Europa no biênio 2018-2019

Noruega, França e Reino Unido têm os metros quadrados mais caros do continente

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O futuro desenvolvimento da maioria dos países europeus pode estar em risco, em razão da política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE) que, se mantida, poderá elevar os preços médios das unidades residenciais acima dos níveis pré-crise.

O efeito potencial de uma bolha imobiliária na economia europeia vai depender, contudo, da extensão em que essa elevação potencial dos preços estará acompanhada pela expansão da construção civil e pela elevação do endividamento. Essas afirmações estão no último relatório Property Index for European Residential Markets, publicado pela Deloitte.

Oslo, na Noruega; país tem o metro quadrado mais caro da Europa
Oslo, na Noruega; país tem o metro quadrado mais caro da Europa - Kilian Munch

Em 15 dos 16 países europeus selecionados pela Deloitte para o monitoramento e a elaboração do índice, os preços residenciais têm aumentado desde 2015 e, nos últimos três anos, à taxa média de 5% ao ano. Os preços na República Tcheca, Portugal, Hungria e Letônia cresceram duas vezes mais que a média dos países europeus.

A estrutura, a quantidade e a qualidade dos domicílios existentes num país, geralmente, podem ser considerados como indicadores de qualidade de vida e desenvolvimento regional. Portugal liderou no quesito número de domicílios por mil habitantes, atingindo a marca de 578 unidades, seguido pela França, com 528. O Reino Unido ficou com a menor marca, 411 unidades por mil habitantes. A média na Europa é de 478 .

A Noruega passou o Reino Unido e agora lidera os preços dos imóveis residenciais com uma média de €4.043/m2. A segunda posição ficou com a França, onde as transações com imóveis residenciais novos ficaram em torno de €4.016/m2.

O terceiro preço médio mais alto da Europa foi observado no Reino Unido, com €3.753/m2, mesmo considerando que houve uma queda de 14,7% em relação ao preço do ano anterior, em função da desvalorização da Libra Esterlina. Portugal ocupa o final da lista, com preço médio de transações no país de € 1.088/m2.

A maior taxa de crescimento de preços foi percebida na República Tcheca, onde o valor das transações de imóveis novos aumentou em 16,8%, seguida pela Hungria, com 13,7%, e a Holanda, com 9.3%.

A cidade com os preços mais caros foi Paris, que atingiu €12.910/m2, seguida por Londres, com €11.185/m2. Geralmente, a capital é a cidade no país onde os preços são mais altos. Entretanto, esse não é o caso de Milão, Barcelona e Munique, cidades nas quais os preços são mais elevados que os praticados em Roma, Madri e Berlim.

Na comparação de preços das cidades com a média de preços do país, Londres lidera com preço 400% acima da média das outras cidades do Reino Unido. Em Paris, esse número chega a 321%, e Lisboa fica bem próxima, com 320%.

A acessibilidade à casa própria foi medida pela quantidade de rendimentos anuais necessários para adquirir uma unidade residencial. O país mais acessível, segundo o relatório, é Portugal, onde são necessários 3,8 anos de salários para se adquirir uma casa. No país menos acessível, a República Tcheca, um apartamento novo pode significar o equivalente a 11 anos de salários. Letônia e Reino Unido estão na sequência, com 10,2 e 9,4 anos, respectivamente.

Os aluguéis mais caros foram registrados em Paris e Oslo, respectivamente, €27,8 e €25,3/m2. O mais barato foi constatado em Debrecen, na Hungria, com €6,4/m2.

O mercado imobiliário, não só na Europa, é sensível à variação do PIB (Produto Interno Bruto) e às taxas de juros. Dessa forma, se confirmada a expectativa de um lento crescimento econômico na Europa nos próximos anos, deve-se limitar a inflação e a escalada dos preços dos imóveis residenciais. Por outro lado, a provável acomodação da política monetária do BCE, e de outros bancos centrais de países europeus, pode manter as taxas de juros a níveis mais baixos. Esse fato, associado à constante queda nas taxas de desemprego, será capaz de manter o fôlego do mercado imobiliário residencial na Europa.

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