Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Onde está o ponto de equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico?

Desenvolvimento não significa apenas maximizar o crescimento, mas também melhorar a qualidade de vida da grande maioria da população

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São Paulo

É fato que o desenvolvimento econômico tem ocorrido, até agora, associado a intervenções no meio ambiente que, nem sempre, acontecem de maneira adequada e, muitas vezes, interferem na sustentabilidade ambiental.

A emissão de gases do efeito estufa aumentou cerca de 40% nos últimos 30 anos, e esse número continua crescendo ano após ano.

A poluição da água e do solo é alarmante em muitas áreas, e a biodiversidade tem mostrado graus de degradação significativos nas três últimas décadas.

Temos de reconhecer nossa incapacidade atual de dissociar o crescimento econômico da intervenção, muitas vezes, nociva ao meio ambiente.

Contudo, isso não significa que não possamos conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Investir em energia renovável, por exemplo, é uma condição necessária para alcançar a sustentabilidade ambiental.

É também uma oportunidade para estimular a atividade econômica, criar novos empregos e reduzir a dependência dos países de combustíveis fósseis, melhorando a balança comercial e estimulando o crescimento econômico.

Contudo, desenvolvimento não se resume em maximizar o crescimento, mas em melhorar a qualidade de vida da grande maioria da população. Isso não significa, necessariamente, aumentar a quantidade de insumos naturais que entra na economia.

É possível melhorar a qualidade de nossos sistemas de saúde sem aumentar o uso de produtos químicos, desde que possamos reduzir a poluição e trabalhar mais em modelos de prevenção.

Podemos aperfeiçoar a mobilidade urbana com transporte público mais eficiente ou com a diminuição das necessidades de deslocamentos.

A despoluição de um rio urbano pode tornar seu entorno viável para o desenvolvimento imobiliário, gerando moradias, riqueza, empregos e melhorando a ambiência local. A verdade é que a revolução dos recursos está por vir e pode gerar importantes melhorias na qualidade de vida.

Crescimento econômico e proteção ambiental não devem ser analisados como mutuamente exclusivos. Nós podemos e devemos estimular a ambos.

Segundo Steve Cohen, professor da Universidade de Columbia, nos EUA, uma das razões pelas quais não podemos abandonar o desenvolvimento econômico é que a maioria das pessoas no mundo desenvolvido gosta da maneira como vive e não renuncia ao seu modo de vida.

Devido à internet, mesmo as pessoas muito pobres, nos países em desenvolvimento, veem a maneira como vivem os mais ricos e desejam que seus governantes os ajudem a realizar seus sonhos. A ausência de desenvolvimento econômico leva à instabilidade política e, potencialmente, à violência.

Entretanto, o caminho para a mitigação dos efeitos climáticos não é o crescimento econômico mais lento, mas o crescimento econômico direcionado à sustentabilidade ambiental, e longe da destruição gratuita do meio ambiente.

No passado, a expansão econômica ocorreu às custas de altos níveis de poluição, que ainda afetam negativamente a vida dos cidadãos, especialmente os mais pobres.

No entanto, o desenvolvimento sustentável pode fornecer novos caminhos a seguir, que evitem efeitos nocivos relacionados à incorreta utilização do meio ambiente.


As políticas que se concentram na sustentabilidade e, especificamente, nas energias renováveis, procuram limitar as emissões de carbono sem impedir o crescimento econômico.

Felizmente, o acesso à atual e moderna tecnologia verde, e a uma nova mentalidade dos formuladores de políticas globais em relação à sustentabilidade, podem mudar o futuro para melhor, e resolver o dilema crescimento versus preservação ambiental.

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