Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Descrição de chapéu Mercado imobiliário

E agora, qual o futuro da indústria imobiliária?

É imperativo que o setor se mobilize para encontrar o caminho mais adequado na busca por sinergia entre cidades e edifícios

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O mundo passa por um momento de convergência em crises de saúde pública, econômica e social, com potencial para promover profundas transformações no modo de vida das pessoas e, dessa maneira, conduzir a indústria imobiliária na transição para o seu futuro.

A Covid-19 interrompeu o crescimento de alguns setores da indústria, e transformou completamente a evolução de outros. Embora alguns desses impactos sejam temporários, em determinados setores eles podem ter caráter permanente, provocando transformações importantes, e apresentando desafios consideráveis para seu desenvolvimento.

Para prosperar nesse contexto, a indústria imobiliária precisa se transformar. As cidades, os edifícios, e a forma como interagem entre si, são vitais para a sociedade e a economia, e, portanto, é imperativo que o setor se mobilize para encontrar o caminho mais adequado na busca por essa complexa sinergia.

Dirigentes do setor imobiliário reunidos no Fórum Econômico Mundial desenvolveram uma visão para o futuro em que os edifícios proporcionam conforto, estão equipados para absorver eventos menos previsíveis e apoiar a saúde humana, além de serem acessíveis a todos.

Na visão dos dirigentes, o imóvel do futuro deve ser centrado nas pessoas, e em espaços inteligentes que promovam o bem-estar, e ter características que ajudem a melhorar a produtividade. Relatório do Fórum Econômico Mundial aponta as principais tendências para os diversos tipos de produtos imobiliários.

Existe amplo consenso de que o escritório continuará a desempenhar um papel fundamental para as empresas, mas os espaços devem evoluir para atender às demandas de um futuro modelo híbrido de trabalho. Pesquisa com 100 gerentes e 500 funcionários em toda a Europa indica que, nos próximos três anos, 65% da força de trabalho vai querer exercer atividades remotamente de forma parcial. Apenas 18% dos entrevistados querem trabalhar de forma totalmente remota.

Nos últimos anos, os portfólios industriais têm sido dominados por instalações de logística, como resultado do crescente comércio eletrônico. Os consumidores estão exigindo tempos de entrega cada vez menores, e a probabilidade de itens comprados online serem devolvidos é três vezes maior do que em uma loja física. Para garantir margens saudáveis ​​aos varejistas, o ecossistema de logística, cada vez mais complexo, exigirá transformações.

Cadeias de abastecimento totalmente automatizadas deverão ser integradas aos centros de entrega de “última milha”, com sustentabilidade tanto no que diz respeito às construções quanto a operações de frete. Além disso, são bastante prováveis as reconversões de outros ativos como estacionamentos subterrâneos, espaços de varejo não utilizados ou até edifícios de escritórios, que poderão ser reaproveitados para logística.

A pandemia afetou severamente o varejo, com apenas algumas exceções, como os supermercados. Embora muitos esforços estejam em andamento, a partir de investimentos em tecnologia e sustentabilidade, para estimular iniciativas focadas na diferenciação e na eficiência operacional, repensar o componente imobiliário do varejo é agora urgente. As novas lojas devem ser estruturadas com características mais dinâmicas, focadas em tecnologia e componentes digitais que possam tirar partido da presença física, para proporcionar experiências diferenciadas aos consumidores.

A habitação é um serviço básico que deve estar disponível para toda a sociedade, garantindo a todos saúde e bem-estar. Dada a importância de moradias adequadas para as pessoas e comunidades, o setor imobiliário deve esforçar-se para, em conjunto com as autoridades públicas, garantir acessibilidade do ponto de vista econômico ao maior número possível de famílias, reforçando nos projetos aspectos sanitários e de bem-estar.

A produção de habitações deve estar em consonância com os objetivos de descarbonização e adequada a modelos de resiliência compatíveis com as características regionais.

A sociedade agora, mais do que nunca, precisa colaborar para que se encontrem mecanismos de proteção à saúde pública. A pandemia da Covid-19 apresenta a ambos os setores, público e privado, a oportunidade para acelerar o processo que nos levará à indústria imobiliária do futuro.

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