Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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O futuro da logística nas áreas urbanas

Com o crescimento do comércio virtual, os serviços de entrega influenciam cada vez mais a evolução das cidades

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O crescimento exponencial do ecommerce está lastreado principalmente na velocidade da entrega e no preço. Para atender às necessidades dos clientes, os varejistas preocupam-se em aumentar a qualidade do serviço e gerenciar os custos de forma eficaz. Além disso, os lojistas exigem serviços logísticos crescentes, pois desejam ser mais flexíveis em termos de estoque de produtos nos depósitos, postura que resulta em um aumento no transporte de mercadorias. Em suma, a logística está influenciando cada vez mais a evolução da cidade moderna.

As empresas de logística e transportadoras estão, portanto, motivadas a se estruturarem para prover os serviços que o mercado demanda. A eficiência esperada, a crescente conscientização ambiental e a ampliação da heterogeneidade de mercadorias em circulação impelem as empresas de logística a usarem soluções inovadoras de TI (Tecnologia da Informação), como inteligência artificial e análise de dados capazes de otimizar rotas em tempo real, além de utilizar pessoal e recursos de forma mais eficiente.

Em um futuro no qual as novas tendências em urbanização, digitalização e consciência ambiental estarão aliadas às mudanças nas demandas dos clientes, torna-se necessário lidar com a logística urbana de forma holística e inovadora.

Para conseguir enxergar o futuro dessa logística nas áreas urbanas, é necessário ter atenção a três aspectos principais: transporte na chamada "última milha", transporte em distâncias maiores e dimensão da carga transportada.

A previsão dos especialistas é que para as maiores distâncias devem ser utilizados os VAE (Veículos Autônomos Elétricos). Entretanto, para que os VAE sejam predominantes no transporte de carga nessas distâncias, vários requisitos devem ser atendidos.

Em primeiro lugar, a tecnologia subjacente, na qual se baseia a condução autônoma, deve ser suficientemente desenvolvida. Isso inclui implantação completa dos sensores necessários no veículo e nas ruas, bem como o fornecimento de infraestrutura de TI baseada em nuvem. Em segundo lugar, a matriz de custos deve justificar a mudança da fonte de energia para eletricidade, mesmo que sejam claros os ganhos ambientais.

A logística da "última milha" tem outras demandas. Uma das principais tendências é a utilização das tecnologias de economia compartilhada, como o chamado crowdsourced delivery (entrega coletiva), um sistema de entrega de produtos realizado por pessoas comuns, a pé, de bicicletas e scooters elétricas ou outro meio de transporte, com o objetivo de minimizar os custos envolvidos e o tempo de entrega, bem como simplificar os procedimentos logísticos da empresa.

Na prática, basta que empreendedor, entregador e consumidor se cadastrem em um aplicativo que os conectarão. Quando o cliente comprar um produto do vendedor, um dos entregadores cadastrados será designado para levar o item ao destinatário. A tecnologia identificará aquele que está mais perto, tanto do ponto de coleta quanto de entrega.

No entanto, para ser um tipo de transporte predominante no futuro, alguns requisitos precisam ser atendidos. Deve existir infraestrutura de TI necessária e questões como cibersegurança devem ser resolvidas. A logística de crowdsourcing com scooter ou bicicleta não é uma solução para a entrega de cargas maiores e mais pesadas. Esses tipos de pacotes precisam ser transportados por outros tipos de veículos.

Se viabilizada a implantação de uma plataforma central, seria possível conhecer a capacidade de transporte disponível nas cidades em tempo real e, ainda mais, com antecedência.

A capacidade de transporte ideal seria atribuída a cada remessa —seja grande e planejada com antecedência ou pequena e de última hora.

O tráfego planejado em tempo real possibilita o gerenciamento dos fluxos diários e a reação a volumes adicionais ou a quaisquer interrupções. Esse modelo de operação das cadeias de abastecimento poderá tornar a rede de logística urbana, no futuro, de fato eficiente.

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