Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Descrição de chapéu Mobilidade

A jornada em direção à cidade inteligente

Uso de avanços tecnológicos preparam municípios para enfrentar desafios de saúde, mobilidade e segurança

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As cidades estão enfrentando grandes desafios na vida urbana moderna e torná-las "mais inteligentes" pode ser um importante auxílio para a execução dessa árdua e difícil tarefa.

Armazenando e processando dados e informações, e fazendo uso dos avanços tecnológicos, as cidades inteligentes estarão mais bem preparadas para enfrentar questões como como saúde, mobilidade, melhoria ambiental, segurança, e até mesmo controle da geração de calor urbano.

Cidades inteligentes colocam tecnologia na porta de casa
Cidades inteligentes colocam tecnologia na porta de casa - Henrique Assale

A instalação e o uso de sensores, registro público dessas informações, e modelos de processamento, estão apenas começando a ser explorados. 'Big data' e análise inteligente das cidades estão chegando, e podemos estar no limiar de uma grande transformação nas áreas urbanas.

Entretanto, parece haver uma generalizada falta de compreensão sobre como os municípios podem embarcar de forma organizada e eficiente numa jornada em direção à cidade inteligente, por meio de uma metodologia padronizada, que facilite o planejamento e a execução das transformações necessárias.

Com o intuito de auxiliar as cidades nessa jornada, o IMD (International Institute for Management Development) sediado em Lausane na Suiça, e a Swisscom, grande empresa Suíça de telecomunicações, publicaram relatório onde são apresentadas seis etapas para tornar uma cidade inteligente.

O primeiro passo é estabelecer, consideradas as características e condições especificas de cada município, o que para esse município significa ser uma cidade inteligente. Essa é uma definição inicial extremamente importante, pois determinará os objetivos a serem alcançados.

Portanto, a segunda etapa é definir claramente os objetivos que conduzirão a cidade à uma operação inteligente. Os objetivos da Cidade Inteligente podem ser identificados observando as estratégias municipais de desenvolvimento, os desafios, problemas e necessidades da cidade, contudo sem deixar de considerar as experiencias dos cidadãos.

Em seguida é necessário definir o grupo de projetos necessários para a conquista de cada objetivo. Isso pode ser feito por meio de uma pesquisa aprofundada de como pode atingi-los. Por exemplo, se o objetivo for "reduzir o tempo total anual de congestionamento de tráfego" por um determinado número de horas, a cidade teria que analisar quais são as causas do congestionamento de tráfego e como elas podem ser atenuadas ou resolvidas. Identificar projetos de "Cidade Inteligente" que possam reduzir o congestionamento de tráfego seria o resultado final.

Outro estágio importante é a avaliação da probabilidade de êxito na implementação de cada projeto, identificado os fatores de sucesso para essa empreitada.

Para essa avaliação os autores propõem a análise de sete fatores de sucesso que envolvem o funcionamento e operação das cidades: tecnologia e infraestrutura, ambiente de negócios, ambiente político, legislação, estrutura organizacional e de governança, talentos disponíveis, e fatores culturais.

Cada projeto deve ser avaliado de acordo com os fatores de sucesso, analisando-se como cada um deles influencia o sucesso na implementação de cada projeto. Os resultados agregados darão ao município a indicação das probabilidades de sucesso.

Realizadas essas etapas, surge a necessidade de definir os impactos de cada projeto na cidade, sejam eles positivos ou negativos. A avaliação de impacto é um processo de duas etapas: priorização dos objetivos, e avaliação de cada projeto, com cálculo de seu impacto. Isso permitirá seja determinado o impacto total, causado pela implantação de todos os projetos

Finalmente, deve ser feita a seleção dos projetos mais promissores. Isso pode ser realizado com a utilização de uma matriz que considere conjuntamente as probabilidades de sucesso e a avaliação dos impactos de cada projeto, servindo dessa forma como ferramenta para tomada de decisão sobre quais projetos priorizar, ou seja, aqueles com maior chance de sucesso e que resultem em mais impactos positivos para a cidade.

Essas diretrizes podem ser importantes para que os governos estaduais encontrem os melhores caminhos para auxiliar os municípios nessa jornada, e dessa forma possamos ter o maior número possível de cidades engajadas em processos eficientes de transformação, para tornarem-se cidades inteligentes, de forma organizada e paulatina.

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