Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Descrição de chapéu Mobilidade sustentabilidade

As cidades mais resilientes do mundo

Crescimento da população aumenta importância de adaptação e crescimento dos municípios

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São Paulo

À medida que cresce a população urbana no mundo, aumenta a importância de as cidades se tornarem mais resilientes. Isso significa incrementar a capacidade de sobrevivência, adaptação e crescimento, mesmo em meio a condições adversas, a estresses crônicos ou choques agudos que ameacem a comunidade urbana, sejam elas naturais ou criadas pelo homem.

A empresa Savills – uma das mais antigas consultorias imobiliárias do mundo com 160 anos de experiência – publica anualmente, desde 2016, um ranking das cidades mais resilientes do mundo. O índice de resiliência adotado considera quatro fatores importantes para avaliar a resiliência urbana: investimentos imobiliários; tecnologia, educação e inovação; força econômica; e ESG (Environment, Social, Governance).

Esquina da avenida Rouxinol com a alameda dos Arapanés, no bairro de Moema, zona sul da capital - Adriano Vizoni/Folhapress

Em termos de investimentos imobiliários, uma cidade resiliente deve ter um mercado líquido, com mix adequado de investidores nacionais e internacionais, segurança jurídica e respeito ao direito de propriedade.

Coletivamente, as cidades do mundo tiveram uma pontuação muito alta neste aspecto, com volumes de investimento de mais de US$ 1,3 trilhão em 2021 – 59% acima do investido em 2020, e 22% superior frente aos valores de 2019. Embora Los Angeles e Nova York alternem os lugares desde 2016, elas permanecem no topo do ranking nesse quesito.

Quando se trata de avaliar força econômica e resiliência, o tamanho importa. Aumento populacional e maior crescimento do PIB – tanto o total consolidado quanto o per capita – não só impulsionam a resiliência e a diversidade econômica, como também diminuem riscos. Tóquio destaca-se por seu baixo risco e economia altamente diversificada.

Por outro lado, a posição destacada de Nova York é baseada diretamente na riqueza – ela tem o maior PIB per capita (o dobro de Tóquio). A China tem quatro cidades no Top 12, refletindo sua força econômica crescente. Shenzhen se mantém no terceiro lugar, enquanto Xangai e Hangzhou estão entre as dez mais bem colocadas.

A economia mundial é cada vez mais impulsionada pela tecnologia e a educação, e as cidades mais resilientes são aquelas que podem se adaptar às novas tecnologias e oferecer ambientes atraentes para os negócios, principalmente aqueles voltados à tecnologia e à informação.

A Coreia do Sul alcançou posição destacada no ranking devido ao seu forte sistema de educação e tecnologia. Seul está no topo do ranking desde 2016, enquanto cidades menores como Daejeon e Gwangju passam a figurar entre as dez mais bem colocadas. Outras grandes cidades, como Londres, Nova York, Pequim e Xangai também se destacam.

Como em todos os outros aspectos da vida humana, nas cidades as questões ESG tornaram-se prioridade. Não só as nações industrializadas têm como meta a neutralidade de carbono, mas também países menores e grandes corporações.

No entanto, os fatores ESG, em grande parte, são direcionados pelos governos nacionais. O índice classifica as cidades conforme os países em que estão localizadas, considerando fatores como emissões per capita de carbono, consumo de energia renovável, segurança alimentar, desigualdade, democracia e Estado de Direito. Contudo, também considera os bancos de dados sobre neutralidade de carbono por cidades. Os melhores desempenhos nesse quesito estão concentrados em um pequeno número de países do norte da Europa e do Canadá.

Lideram esse ranking Reykjavik, na Islândia, seguida de Oslo e Bergen, na Noruega. A população total das cidades classificadas entre as dez primeiras, considerado o fator ESG, é inferior a sete milhões de pessoas, ligeiramente mais de um quarto da população de Xangai. Esses dados mostram a magnitude do desafio a ser enfrentado pelas grandes cidades e economias emergentes.

Considerados todos os fatores, as dez cidades mais resilientes do mundo em 2021, pela ordem, são Nova York, Londres, Los Angeles, São Francisco, Tóquio, Seul, Berlin, Boston, Atlanta e Dallas. Entre as 20 melhores colocadas estão Paris, Singapura e Shangai.

A importância da resiliência urbana e tudo que a envolve são questões hoje conhecidas. Mas é imperativo que se implemente o diálogo contínuo sobre esse assunto entre governos e sociedade civil, para que a resiliência das cidades seja construída de forma estruturada e perene, sob todos os aspectos.

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