Colo de Mãe

Cristiane Gercina é mãe de Luiza e Laura. Apaixonada pelas filhas e por literatura, é jornalista de economia na Folha

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Atrizes transformam as dores da maternidade em peça de teatro

Carolinie Figueiredo e Samara Felippo estão em cartaz em São Paulo com "Mulheres que Nascem com os Filhos"

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São Paulo

Culpa, exaustão, dor, alegria, solidão. Todos nós conhecemos essas palavras e vivenciamos esses sentimentos em alguns momentos da vida, mas eles ganham profundidade real quando somos mães. Muito por causa dos hormônios, mais ainda por conta da transformação social na vida de uma mulher que tem filhos.

Essas dores e delícias da maternidade, com poesia, humor e talento estão na peça "Mulheres que Nascem com os Filhos", em cartaz até domingo (5) no Teatro Nair Belo, no Shopping Frei Caneca, região central da capital paulista (sexta e sábado às 21h e domingo às 19h; ingresso: R$ 60 e R$ 30).

As atrizes Samara Felippo e Carolinie Figuiredo em cena da peça "Mulheres que Nascem com os Filhos" - @mulheresquenascemcomosfilhos no Instagram

O que passa batido para a maioria de nós foi transformado em texto teatral pela atrizes Carolinie Figueiredo e Samara Felippo, ao lado da atriz e diretora Rita Elmôr. Os textos que viraram peça começaram a ser escritos há sete anos, quando os filhos de Carolinie e Samara ainda eram bebês.

"No início, quando a gente começou a escrever as dores e as delícias da maternidade eu não acreditava tanto que ia rolar, eu fui meio que confiando na Samara, eu achei que ela estava fazendo só uma terapia de amigas, falando para eu escrever as coisas, tentando me salvar, me ajudar num purerpério caótico, com 23 anos", conta Carolinie, que foi mãe da primeira filha, Bruna, aos 21 anos e do segundo filho, Theo, aos 23.

Muitas das reflexões das duas amigas são conhecidas por quem as acompanha nas redes sociais. Samara, que é mãe de duas meninas, Alicia, 12, e Lara, 9, conta que viu sua vida se transformar muito profundamento ao se tornar mãe e após o fim do casamento, momento em que idelizou a peça.

"A idealização veio há uns sete anos, quando eu visitava a Carol, que estava em pleno puerpério do Theo, caçula dela, também se separando. Eu tinha acabado de me separar, com minha filha pequena, e eu precisava falar, gritar e berrar minhas dores e meus choros. Eu me sentia silenciada, calada, não podia dizer o que sentia. Eu falava: 'olha o que estamos passando, olha quantas mulhres estão passando, vamos fazer alguma coisa sobre isso'", conta a atriz.

As atrizes Samara Felippo e Carolinie Figuiredo em cena da peça "Mulheres que Nascem com os Filhos" - @mulheresquenascemcomosfilhos no Instagram

Na peça, falam de assuntos que jamais seriam tratados abertamente, abordando muitos tabus. Em um dos momentos, há uma fila para devolver filhos, em outros, a relação do casal e o papel da paternidade são tratados de forma humorística, mas muito clara. Nos bastidores, falam da emoção que estão vivendo por sentir que estão se reinventando e ajudando outras mulheres a se olharem também.

"A gente vive e continua vivendo nessa motanha-russa que, inclusive, é o que me mantém viva. Essa mistura de sentimentos. A gente consegue começar a transformar um pouquinho, trazer um pouco de leveza para isso", diz Samara.

"Rir de algumas situações é uma forma que eu encontrei de dizer que eu não sei fazer, é tirar um peso das minahs costas. Quando eu falo que não gosto de ser mãe não é porque eu não amo minha filhas, elas têm que entender qual é o processo da maternidade e que ele vai para muitas camadas", completa.

Para Carolinie, voltar aos palcos tratando de maternidade mostra o poder das possibilidades femininas. "Eu fico muito emocionada, principalmente no final da peça quando eu falo 'retomar o lugar de poder também é ensinar que nós mulheres podemos geral algo além dos filhos' porque dentro de mim eu não imaginei que fosse voltar como atriz. Eu me emociono todas as noites. A gente transformou dores, carreiras pausadas em potência, voz e libertação."

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