Cristina Serra

Paraense, jornalista e escritora. É autora de "Tragédia em Mariana - A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil". Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense.

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'Com o Supremo, com tudo?'

Conchavos na penumbra estão muito longe do que deve ser o papel do STF

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A colunista Mônica Bergamo revelou que Bolsonaro e o ministro do STF Alexandre de Moraes tiveram um encontro reservado de 15 minutos na casa do presidente da Câmara, Arthur Lira. Os dois estavam num repasto que reuniu outros luminares desta república em frangalhos.

Imagine se o tal encontro reservado tivesse sido entre o candidato da oposição, Lula, e Moraes, que em breve assumirá a presidência do TSE, autoridade máxima das eleições? Qual teria sido a reação de Bolsonaro e de suas milícias digitais?

"Ah, mas é preciso manter o diálogo entre as instituições e os poderes, Bolsonaro é presidente etc." Sim, ele é presidente e também candidato. E não um candidato qualquer. É aquele que age para erodir a democracia e a República com voracidade de roedor faminto.

Bolsonaro e Alexandre de Moraes no STF, em maio - Sérgio Lima - 19.mai.2022/AFP

A relação estilo morde e assopra de Bolsonaro com o STF, em especial com Moraes, ainda está por ser devidamente esclarecida. Vamos aos fatos mais notórios. Atos golpistas no 7 de Setembro de 2021, intermediação de Michel Temer (o golpista de 2016 e que indicou Moraes à corte), conversa com o ministro por telefone. Bolsonaro disse que teve um acordo. Temer e Moraes negam.

Continua. Condenação de Daniel Silveira pelo STF. Perdão de Bolsonaro ao condenado. Pregação de novos atos golpistas e de desobediência a decisões judiciais. Mais uma conversa com Alexandre de Moraes, desta vez no ambiente noturno de um salão brasiliense. Quais os termos dessas conversas? Que compromissos são assumidos? Proteção para o presidente e sua família depois que for derrotado em outubro?

Acordos nos bastidores fazem parte da política. Mas conchavos na penumbra estão muito longe do que deve ser o papel do STF. Ministros deveriam se dar ao respeito e se ater à função de guardiões da Constituição. Mas o país está virado do avesso. Vivemos num "dane-se" generalizado. E o comportamento de algumas excelências faz lembrar o famoso bordão de Romero Jucá: "Com o Supremo, com tudo".

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