Dan Ariely

Professor de economia comportamental e psicologia na Universidade Duke (EUA), autor de “Previsivelmente Irracional”.

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Dan Ariely

Ask Ariely: o que fazer para não se irritar com atrasos de voos?

No caso de voar, nossa felicidade está relacionada aos horários esperados de partida e de chegada

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Querido Dan,
Eu viajo com frequência e muitas vezes tenho que lidar com atrasos irritantes que afetam seriamente o meu humor. O que posso fazer para ficar menos chateado quando meu voo está atrasado?
–Hailey

Nossa felicidade é amplamente influenciada por nossas expectativas; no caso de voar, isso significa os nossos horários esperados de partida e chegada.

Meu amigo Ory teve uma situação na qual informaram que seu voo iria partir com sete horas de atraso, o que deixou todos os passageiros chateados e os fizeram reclamar. Mas quando os comissários de bordo anunciaram que o atraso seria de apenas cinco horas, as pessoas comemoraram: em comparação com o que esperavam, um atraso de cinco horas parecia um bom negócio. Então, na próxima vez que você pegar um voo, adicione duas horas à duração esperada da viagem e anote o horário de chegada posterior no seu calendário. Se o atraso acabar sendo inferior a duas horas, você ficará feliz.


Querido Dan,
Você pode nos ensinar alguma coisa sobre o escândalo do Governador de Virgínia, Ralph Northam, que teve foto publicada em que aparece ao lado de um colega de faculdade com o rosto e corpo pintados de preto (como se fosse negro) enquanto seu colega está vestido como um membro do Ku Klux Klan (movimento de supremacia branca)? 

Eu gostaria de pensar que eu nunca teria usado maquiagem ofensiva, ou feito coisas ainda piores, como possuir escravos ou me juntar ao Ku Klux Klan. Mas como sei o que poderia ter feito se vivesse em outro tempo e lugar? Eu não acho que sou racista, mas em uma sociedade diferente, eu também me comportaria como um racista?
–Will

Um dos pais da psicologia social, Kurt Lewin, afirmou que o comportamento é sempre uma função de duas entradas: a pessoa e o ambiente. Atos racistas, sexistas e outros tipos de danos geralmente não se originam de algumas “más maçãs”, mas de culturas que explicitamente ou implicitamente apoiam esses atos. 

Portanto, embora não devamos desculpar atos de ódio, certamente precisamos reconhecer as forças sistêmicas que moldam o que consideramos normal ou aceitável. Acabar com o racismo não é apenas fazer com que os indivíduos mudem, mas entender como nosso ambiente e nossas instituições defendem o preconceito de maneiras óbvias e sutis.


Querido Dan,
Meu avô é um mau motorista. Todos na família sabem disso, mas aceitamos como um fato da vida.

Recentemente, pedi a ele que dirigisse com mais cuidado, enfatizando que eu realmente me importo com a sua segurança. Ele me disse que eu não tenho nada para me preocupar, já que é um excelente piloto! O que posso fazer para que meu avô dirija com mais cuidado?
—Limor

Dirigir é o exemplo clássico do efeito “melhor que a média”: quase todo mundo pensa dirigir melhor do que os motoristas comuns. Isso significa que será difícil tentar convencer o seu avô de que ele é um mau motorista. Em vez disso, eu começaria tentando ajudá-lo a concentrar sua atenção na estrada e não em outras coisas.

Primeiro, tente fazer com que ele pare de usar o celular enquanto dirige. Você também pode obter um dispositivo GPS que fale em voz alta, de modo que ele não tenha que consultar um telefone ou instruções por escrito quando estiver no trânsito. Finalmente, para encorajá-lo a dirigir menos, você ou outros membros da família podem se oferecer para levá-lo de vez em quando, ou apresentá-lo a um dos aplicativos de transporte disponíveis.

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