Dan Ariely

Professor de economia comportamental e psicologia na Universidade Duke (EUA), autor de “Previsivelmente Irracional”.

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Dan Ariely

Ask Ariely: Dar presentes, doação de órgãos e férias

Quando as pessoas pensam em doação de órgãos, elas podem não estar muito motivadas para se voluntariar

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Querido Dan,

Gosto de dar presentes para minha melhor amiga e fiquei imaginando qual seria a melhor forma de fortalecer nossa amizade: dar-lhe grandes presentes duas vezes por ano, em seu aniversário e Natal ou dar presentes menores com mais frequência?
Aubrey

Suspeito que dar presentes menores, porém mais frequentes, possa contribuir mais para reforçar seu relacionamento. O prazer de receber um presente reside menos em possuir o item em si —o que é empolgante a princípio, mas rapidamente se torna familiar– e mais em esperar por ele.

Um estudo de 1987 do pioneiro economista comportamental George Loewenstein mostrou que as pessoas estavam dispostas a pagar mais para beijar uma estrela de cinema quando podiam esperar três dias, em comparação com beijá-las imediatamente; eles estavam dispostos a pagar um valor extra pelo prazer de esperar pelo beijo.

Da mesma forma, se você souber que, no primeiro dia de cada mês receberá um pequeno presente, poderá começar a aproveitar dias antes de recebê-lo.


Querido Dan,

Meu irmão tem insuficiência renal e a lista de espera para transplante de doadores falecidos é muito longa para ajudá-lo a tempo. Então, ele está procurando um doador vivo (infelizmente, meu tipo de sangue não combina).

Os riscos para os doadores vivos são mínimos e não impactam a função renal ou a expectativa de vida. Mas a doação de rim é uma cirurgia importante e implica custos - folga no trabalho, algum desconforto e várias semanas de recuperação.

O que posso fazer para incentivar as pessoas a considerar se tornarem doadores vivos?
—Paulo

Quando as pessoas pensam sobre a doação de órgãos em abstrato, elas podem não estar muito motivadas para se voluntariar. Entretanto, é mais provável que estejam se houver uma pessoa real que precise de ajuda.

Então, eu começaria incentivando as pessoas a fazer a parte simples da doação de órgãos, que é registrar-se como um potencial doador.

Assim, quando um houver uma compatibilidade entre o doador e o paciente que precisa de doação, a questão de doar será menos teórica —será sobre ajudar uma pessoa em particular.


Querido Dan,

Recentemente, minha família tirou férias na Grécia. Ficamos em hotéis cinco estrelas e caros. Mas fiquei me perguntando se realmente teria gostado menos da viagem se tivéssemos ficado em lugares mais baratos. Somos viajantes ativos, quase não ficamos no hotel. Passamos o dia nadando, caminhando, passeando pelas ruínas ou mergulhando. Como posso fazer meu marido ser feliz em um hotel mais barato?
—Patrícia

Eu suspeito que será difícil para seu marido desfrutar de um hotel de três estrelas se ele estiver acostumado a hotéis de cinco estrelas. O que eu faria é focar a atenção dele nas atividades que vocês seriam capazes de pagar ao escolherem um hotel mais barato.

Nas próximas férias, planeje um dia de atividades especiais no final da viagem, para que ele tenha mais chance de influenciar positivamente a memória geral das férias. Você pode usar esse dia como um exemplo do que vocês poderiam fazer se gastassem menos nas acomodações.

E se isso não funcionar, sugira que vocês acampem. Com essa alternativa, vocês provavelmente terão uma viagem com um hotel 3 estrelas.

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