Dan Ariely

Professor de economia comportamental e psicologia na Universidade Duke (EUA), autor de “Previsivelmente Irracional”.

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Ask Ariely: Sobre apertos de mão saudáveis, comportamentos dos filhos e dietas morais

Precisamos de um substituto para o cumprimento que não cause ofensa

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Eu sei que, por causa do coronavírus, devemos parar de nos cumprimentar com apertos de mãos. Mas quando eu conheço alguém, eu me vejo fazendo automaticamente, principalmente porque seria estranho sugerir uma forma diferente de saudação. Alguma sugestão?
Miguel

Quando você acaba de conhecer alguém, não há tempo para uma discussão sobre o coronavírus antes do cumprimento por aperto de mão. Além disso, você não quer sugerir que suspeita que a outra pessoa esteja infectada. O que precisamos agora é de um substituto —algo que todos possamos fazer sem pensar muito sobre isso ou causar ofensa.

Durante o surto de Ebola em 2014, o governo nigeriano desencorajou o aperto de mão para reduzir a propagação da doença. Em vez disso, eles introduziram o “aperto de mão Ebola”, onde as pessoas encostam os cotovelos. Essa abordagem reconheceu que não basta dizer às pessoas o que não fazer; é preciso também dar a elas uma alternativa.

O presidente dos EUA, Donald Trump (à dir.), cumprimenta o vice-presidente do LHC Group, Bruce Greenstein, usando o 'Wuhan shake'
O presidente dos EUA, Donald Trump (à dir.), cumprimenta o vice-presidente do LHC Group, Bruce Greenstein, usando o 'Wuhan shake' - Jonathan Ernst - 13.mar.20/Reuters

Esta técnica está começando a pegar nos EUA. O vice-presidente Mike Pence, por exemplo, foi fotografado cumprimentando o governador de Washington Jay Inslee, com os cotovelos. Um vídeo de Wuhan, onde a pandemia se originou, mostra outra abordagem: dois homens se cumprimento encostando os pés, um movimento chamado de "Wuhan Shake".

Se adotarmos uma dessas novas técnicas nos EUA, no entanto, sugiro não chamarmos de "cumprimento coronavírus", porque podemos precisar para outros vírus futuros.



Meu filho é um aluno do último ano do ensimo médio que vive atrasado e perdendo o ônibus. Todas as manhãs, tento acordá-lo várias vezes, mas muitas vezes não consigo fazer com que ele saia de casa a tempo. Quando ele perde o ônibus e eu tenho que levá-lo para a escola, fico irritada com ele, o que o deixa com raiva. Como podemos resolver este problema?
Alice

As pessoas aprendem comportamentos fazendo associações, consciente ou inconscientemente, entre uma ação e uma resposta. Mesmo que você esteja tentando ajudar seu filho, sua resposta quando ele dorme demais reforça o mau comportamento dele. Toda vez que você o acorda e o leva para a escola, ele está aprendendo que tem um opção viável se ignorar o despertador.

Minha recomendação é parar de ajudá-lo a chegar na escola a tempo: não o acorde e não ofereça para levá-lo. Após alguns sustos, ele deve aprender que precisa ir para a cama mais cedo e respeitar o toque do despertador.


Sou um vegano comprometido, mas sempre que digo isso às pessoas elas tendem a ter uma reação negativa. Existe algo sobre o veganismo que incomoda as pessoas?
David

Em um estudo recente de Vlad Chituc, um doutorado em psicologia da Universidade de Yale, descobriu que as pessoas tendem a não gostar de veganos por darem a impressão de serem moralmente superiores. Os veganos podem neutralizar essa reação, no entanto, se disserem que estão evitando produtos de origem animal por razões de saúde e não por questões éticas. Portanto, da próxima vez que o assunto surgir com um novo conhecido, tente enfatizar esse aspecto de sua dieta, pelo menos para começo de conversa.

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