Querido Dan,
Meu local de trabalho tem feito happy hours virtuais toda semana via Zoom. É uma boa ideia, em princípio, mas os encontros têm sido tediosos e constrangedoras –geralmente acabamos conversando sobre as últimas notícias sobre o coronavírus. Existe uma maneira de incentivar conversas melhores e mais profundas?
–Josh
A questão não é que seus colegas de trabalho sejam desinteressantes; o problema são as normas sociais. Pesquisas descobriram que as pessoas geralmente acabam optando por "conversa de elevador" mesmo quando desejam conexão, porque compartilhar coisas importantes sobre nós mesmos pode ser socialmente arriscado. Falar sobre coisas sem importância traz risco zero, mas também não oferece muitos benefícios pessoais ou sociais.
Eu fazia parte de uma equipe de pesquisadores trabalhando em como promover conexões mais profundas. Nesse grupo desenvolvemos um experimento envolvendo 300 pessoas em um evento de networking para consultores financeiros. Alguns participantes foram convidados a socializar como costumam fazer, enquanto outros receberam cartões com perguntas profundas, como "Se você pudesse mudar uma grande decisão que tomou na sua vida, qual seria?" ou "O que você nunca diria a uma pessoa no primeiro encontro?".
Os resultados mostraram que aqueles que fizeram perguntas mais profundas tiveram discussões mais significativas. Você pode tentar algo semelhante nos happy hours do Zoom sugerindo perguntas desse tipo para seus os colegas. Para começar, dê uma olhada na lista do psicólogo Arthur Aron das 36 perguntas "geradoras de proximidade", tais quais "Você gostaria de ser famoso? Pelo que?" e "O que seria um dia perfeito para você?".
Querido Dan,
Sou professor de uma universidade onde a maioria dos estudantes são brancos, mesmo estando em um estado que é muito mais diversificado racialmente. A Economia Comportamental oferece alguma ferramenta para aumentar a inserção de minorias?
—Dylan
Muitas instituições estão tentando combater o viés racial com treinamento especializado para funcionários. Mas o treinamento em qualquer assunto raramente resolve o problema real, pois há uma grande lacuna entre saber a coisa certa a fazer e realmente fazê-lo. Em vez disso, tente analisar o problema do ponto de vista de possíveis candidatos, para ajudar você a entender o que está desencorajando os estudantes pertencente a minorias de se inscreverem.
Isso envolve o que meu laboratório chama de "mapa comportamental". Imagine que você é do último ano do ensino médio e crie um mapa detalhado de todas as decisões e tarefas envolvidas no processo de inscrição: optar por se inscrever, fazer testes, preencher formulários, pagar taxas, visitar o campus e assim por diante. Esse processo o ajudará a identificar obstáculos que mantêm os alunos afastados antes mesmo de chegarem ao comitê de admissões. Para alcançar a equidade racial, remover barreiras estruturais é tão importante quanto combater preconceitos explícitos.
Querido Dan,
O que mais surpreendeu você nesse processo de adaptação da sua vida durante essa pandemia?
—Nia
A maior mudança na minha rotina tem a ver com ficar em casa o tempo todo. Eu viajava algumas vezes por semana e não estive em um avião desde o início de março. O isolamento é desafiador, mas ter um ambiente doméstico único me ajudou a reforçar bons hábitos, como comer melhor e ir dormir mais cedo.
Eu já conhecia a pesquisa sobre como um ambiente estável é bom para o estabelecimento de rotinas, mas agora que estou experimentando, fico surpreso ao ver a grande diferença que isso de fato faz.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.