Querido Dan,
Eu tenho tentado várias técnicas para ser mais organizado e produtivo –listas de tarefas, aplicativos de gerenciamento de tempo, manter um diário físico etc. Mas alternar entre todos esses métodos apenas torna as coisas mais confusas. Como faço para descobrir o melhor sistema de produtividade para mim?
-Wesley

Os economistas comportamentais referem-se a esse tipo de planejamento excessivo como procrastinação estruturada. Fazer malabarismos com ferramentas e plataformas de produtividade nos faz sentir que estamos progredindo, quando, na verdade, são apenas mais uma maneira de nos distrair de nosso trabalho.

Para evitar isso, use uma abordagem experimental: escolha um método de gerenciamento de tempo e use-o exclusivamente por um mês. Quando o mês acabar, observe se você sentiu um ganho de produtividade, se precisa de um método diferente ou de uma ferramenta adicional. Ao se comprometer com um único método e dar-lhe tempo para trabalhar, você será capaz de descobrir quais ferramentas de produtividade atendem às suas necessidades e quais apenas desperdiçam seu tempo.

Querido Dan,
Atuo em uma companhia de teatro local e, às vezes, apresentamos em eventos beneficentes para organizações sem fins lucrativos que pagam apenas um pequeno cachê. Nesses casos, sempre doo o dinheiro de volta para o grupo. Mas recentemente estive em um evento beneficente em que a peça era tão popular que fizemos várias apresentações extras, e o valor que recebi foi significativo. Desta vez, me encontro resistindo à ideia de doar o dinheiro, embora nunca esperasse ganhar nada com a peça. Por que me sinto tão relutante e como posso superar isso?
-Carol

Todos nós gostamos da sensação incrível que doar dinheiro nos proporciona, mas o interessante é que essa satisfação que sentimos fica menor à medida que aumentamos a quantidade de dinheiro doado.

Como ilustração, imagine que para os primeiros R$ 50 doados você receba 50 pontos em sensação recompensadora da sua ação e que, os próximos R$ 50 gerem 40 pontos, e os próximos R$ 500 apenas 10 pontos a mais de satisfação. Esta é a essência do seu dilema: você simplesmente não obtém tanta satisfação para uma quantidade maior doada e, ao mesmo tempo, sente mais dor de abrir mão dessa quantidade de dinheiro. Você sabe que essa é uma coisa boa a se fazer, mas a satisfação gerada não está sendo o suficiente pelo desapego da quantia maior.

Uma maneira de superar essa relutância é parar de tomar essa decisão toda vez. Por exemplo, você pode se comprometer com essa doação, independente do valor recebido, no início do ano. Você pode ainda pedir ao grupo de teatro um certificado de doação antecipado, dessa forma, você não se sentirá tentada a ficar com o dinheiro e só sentirá a satisfação da doação.

Querido Dan,
Tenho um filho de 12 anos e, enquanto navegávamos na Internet na semana passada, fiquei chocado ao descobrir como as mídias sociais interagem com os jovens. É considerado normal influenciadores infantis exibirem anúncios e até mesmo solicitarem 'doações' durante transmissões ao vivo. Já falei com meu filho sobre os perigos mais sérios da Internet, mas como posso ensiná-lo a resistir à pressão para consumir online?
-Sadaf

Em uma era de publicidade nativa, está cada vez mais difícil filtrar o conteúdo do anúncio e remover as tentações de nossos ambientes digitais. E, infelizmente, simplesmente dizer a seu filho que você desaprova algo pode torná-lo ainda mais atraente enquanto ele tenta ganhar autonomia.

Meu conselho é que, em vez de apontar como os anúncios conflitam com seus valores como pai, você pode apontar como os anúncios conflitam com os valores do seu filho. Um estudo inteligente de Christopher Bryan e colegas alavancou o desejo dos adolescentes de autonomia do controle adulto e sua busca por justiça para incentivar uma alimentação saudável.

Em seu estudo, os pesquisadores enquadraram a alimentação saudável como uma forma de se opor às práticas manipuladoras de publicidade das empresas de fast food–e descobriram que esse movimento levou os adolescentes a recusar lanches açucarados e escolher opções saudáveis. Da mesma forma, pedir a seu filho que defenda seus próprios valores (como autonomia ou independência) quando ele consome mídia digital pode ser uma maneira mais eficaz de rejeitar intrinsecamente técnicas de publicidade inadequadas, em vez de confiar apenas em suas regras como pai.