Daniel Furlan

Ator, comediante e roteirista, é um dos criadores da TV Quase, que exibe na internet o programa "Choque de Cultura".

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Humanos fantásticos

Parte 1: Vagando em busca de hippies, água e comida que não fosse aipim

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Quais as espécies humanas ameaçadas de extinção? Há algum tempo, eu e a cartunista Cynthia Bonacossa partimos para Arembepe, na Bahia, em busca dos últimos hippies. Ou do último hippie.

Arambepe não é a aldeia hippie. É uma cidade de praia comum, mas que em algum lugar em seu entorno esconde uma suposta aldeia onde supostos hippies teriam se refugiado e sobrevivido até os dias de hoje, longe da civilização e da Ivete.

Cynthia Bonacossa

A aldeia é conhecida por ter abrigado Janis Joplin nos anos 1960, que havia ido ao Rio de Janeiro na época do Carnaval num processo de desintoxicação. Obviamente, logo viram que não ia dar certo e ela foi transferida para a aldeia hippie, onde, reza a lenda, teria se envolvido com um hippie local.

Ficamos atraídos por essa possibilidade de uma expoente do movimento, vindo diretamente do Verão do Amor em San Francisco, se envolver com um hippie de uma comunidade de artesãos na Bahia. Teriam os dois se reproduzido e iniciado um processo de repovoamento hippie na aldeia, que resistiria ao seu processo de extinção em todo o mundo? Na época não tínhamos nada melhor para fazer a não ser investigar.

Na chegada ao albergue do centro de Arembepe, onde havia um restaurante, mas não serviam água, quando perguntávamos se havia alguém para dar informações, diziam desconfiados que sim, que havia vários "caguetes" por aí. Pela rua, encontramos o Point do Aipim um restaurante onde só há aipim no cardápio. Perguntamos se havia outra coisa, o garçom respondeu, com estranhamento, que só havia aipim.

Vagando em busca de hippies, água e comida que não fosse aipim, de alguma forma fomos parar no Projeto Tamar, onde encontramos a bióloga Simone, que não precisou de muita conversa para revelar um rancor em relação a "pessoas de alto poder aquisitivo" que moram nos condomínios fechados e saem andando de quadriciclo passando por cima das tartaruguinhas que lutam cambaleantes pela vida em direção ao mar. Realmente, um estranho hobby.

Segundo Simone, não há mais nada hippie na aldeia e nos desaconselhou a ir, por ser perigoso. Mas diante de nossa insistência, indicou um colega, Damião, que morava na aldeia. Não se tratava de um hippie, mas de qualquer forma se recusou a nos levar. (Continua)

Colaborou Cynthia bonacossa

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