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Bolsonaro e a irresponsabilidade calculada

Propostas criam efeitos nefastos para próxima administração

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A senha já estava dada desde que, em meados do ano, Jair Bolsonaro passou a sinalizar ao resiliente Paulo Guedes que não queria aprovar no Congresso a impopular reforma administrativa por receio do estrago que poderia provocar em sua campanha pela reeleição no ainda distante 2022.

Com a corrida eleitoral tendo sido deflagrada pelo próprio presidente, o que se viu desde então foi uma enxurrada de medidas populistas anunciadas praticamente todas as vezes em que Bolsonaro abria a boca e sob vista grossa da Justiça Eleitoral para a nítida campanha antecipada.

Bolsonaro, até agora, já prometeu dar reajuste para todos os servidores federais, dobrar o valor do novo Bolsa Família —a marca petista, obviamente, morreu— e conceder um auxílio para caminhoneiros para compensar o aumento do diesel.

É preciso lembrar que essas propostas, além de todas as implicações no endividamento e da falta de recursos, partem de um presidente que, durante uma pandemia que matou quase 614 mil brasileiros, mostrou pouca ou nenhuma preocupação social —basta lembrar as muitas críticas da família Bolsonaro ao que chama de política do "fique em casa, a economia a gente vê depois".

Já que divulgar os estudos que embasaram as medidas e dar transparência aos cálculos não são exatamente o forte do governo, o caos fiscal que se prenuncia para o próximo ano não chega aos pés do que se vislumbra para 2023 —quando, inclusive, não há garantias apresentadas por Bolsonaro, por ora, para manter a renda de cerca de 17 milhões de famílias, que podem ver os R$ 400 do Auxílio Brasil caírem à metade do dia para a noite.

Das duas uma: ou Bolsonaro está adotando uma estratégia de irresponsabilidade calculada acreditando na reeleição e em uma capacidade até agora não demonstrada de resolver a crise fiscal em uma nova gestão; ou o presidente, também de forma irresponsável, está jogando os efeitos nefastos para próxima administração. Para o país, as duas alternativas são desanimadoras.

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