Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Edgard Alves

A um ano e meio do início, Pan de Lima corre contra o tempo

Peru corre contra o tempo nos preparativos para organizar os Jogos 

Do lado direito, a venezuelana Alejandra Benitez aponta a espada em luta contra a americana Dagmara Wozniak, do lado esquerdo, na final da esgrima nos jogos Pan Americanos de Toronto, no Canadá
A venezuelana Alejandra Benitez contra a americana Dagmara Wozniak na final da esgrima nos jogos Pan Americanos de Toronto, no Canadá - Danilo Verpa/Folhapress

Lima, a capital do Peru, corre contra o tempo nos preparativos para organizar os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos, programados para julho e agosto do ano que vem.

As estimativas dos organizadores apontam para 6.600 atletas no Pan e 1.850 no Parapan. Somando equipes de apoio, técnicos, juízes e cartolas esses números praticamente dobram.

Embora tenha perdido um pouco da sua atração midiática de grande evento esportivo internacional, o Pan ganha relevância porque vários dos seus 39 esportes aproveitarão o evento como seletiva das Américas e do Caribe para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Esse detalhe é fundamental na pressão sobre os organizadores para a recuperação do tempo perdido --Lima conquistou o direito de promover o evento em 2013. Apenas com o pé no acelerador as obras serão concluídas em tempo hábil.

No início do ano passado, fortes chuvas provocaram muitos transtornos no Peru, com enchentes e destruição. Os gastos emergenciais chegaram a colocar os Jogos em risco.

Cogitou-se a hipótese de o país abdicar do evento a fim de que recursos fossem desviados para atendimento da população atingida pela tragédia. Mas as dificuldades acabaram contornadas, e foi mantido o apoio aos Jogos.

O impasse, porém, complicou o cronograma de obras, que já registrava atraso. Por isso, o chileno Neven Ilic, presidente da Panam Sports (antes Odepa -- Organização Desportiva Pan-Americana) afirmou que só ficará tranquilo quando os Jogos terminarem. Esta entidade, que reúne comitês olímpicos de 41 países, é a responsável pela organização do Pan.

A construção da Vila dos Atletas, de vital importância para a competição, foi iniciada em setembro passado e sua conclusão está prevista para fevereiro de 2019.

Uma parceria entre os governos do Peru e do Reino Unido, acordada em 2016, atua em apoio ao comitê organizador dos Jogos. Os britânicos têm a experiência adquirida com a Olimpíada de Londres-2012.

Grande parte das confederações de esportes do Brasil utiliza o Pan como referência nos preparativos para a Olimpíada, disputada sempre no ano seguinte. Um quadro comparativo do Pan-2015 e da Olimpíada-2016, definido por medalhas de ouro, dá uma visão da performance dos países.

Na disputa regional, os primeiros colocados, pela ordem, foram Estados Unidos, Canadá, Brasil, Cuba, Colômbia e México. No evento olímpico, a liderança mundial coube aos Estados Unidos, seguido pelo Brasil (13o.), Cuba (18o.), Canadá (20o.), Colômbia (23o.), Argentina (27o.) e México (61o.).

Exceto para os Estados Unidos, líder olímpico disparado e que não manda seu quadro principal para as disputas das Américas, preservando as estrelas, o Pan ainda é uma referência para avaliação dos demais competidores da região.

Enquanto os esportistas em geral, no momento, acompanham as disputas da Olimpíada de Inverno, em PyeongChang, na Coreia do Sul, os esportes de verão seguem em baixa, esperando pela etapa forte da temporada, em meados do ano.

É nela que começarão, bem discretamente, a despontar os astros olímpicos. O passo seguinte será dado em 2019, ano do Pan, sempre no rumo de Tóquio, quando virá a consagração dos autênticos campeões.

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