Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Novo vice-presidente do COB será definido em processo eleitoral

Medida de exceção preenche vaga que Paulo Wanderley deixou ao substituir Nuzman

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Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB, olha para cima ao conceder entrevista de terno branco, diante de um banner com o logo da entidade
Paulo Wanderley Teixeira, 67, assumiu a presidência do COB com a renúncia de Carlos Arthur Nuzman - Ricardo Borges/Folhapress

Um médico, um ex-professor universitário e um coronel da reserva são os interessados que manifestaram publicamente a intenção de concorrer à vice-presidência do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

O concurso é uma medida de exceção que deve valer apenas para a gestão em curso e se encerrará depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Para o próximo mandato, as chapas voltam a contar com a dobradinha de presidente e vice.

A situação atual no COB teve origem no afastamento do ex-presidente Carlos Arthur Nuzman, 75, preso pela Polícia Federal em outubro do ano passado --e solto após habeas corpus-- sob suspeita de intermediar o pagamento de propinas para que o Rio de Janeiro fosse escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Uma semana depois da prisão, Nuzman renunciou ao comando no COB, posição que ocupava desde 1995. O cargo foi assumido pelo então vice Paulo Wanderley, 67, ex-presidente da Confederação Brasileira de Judô, de 2001 a 2017. Assim, o posto de vice ficou sem titular.

A investigação daquela suspeita levou o COI (Comitê Olímpico Internacional) a suspender o COB. A punição, iniciada em 6 de outubro, vigorou durante quatro meses. Uma auditoria independente contratada pelo COI constatou que a organização brasileira não estava envolvida no episódio.

Normas de gestão adotadas pelo novo comando, mudanças no estatuto e abertura para maior participação de atletas nas decisões e eleições do COB também ajudaram na avaliação que resultou na queda da suspensão.

A eleição do vice está prevista para 23 de março. Na oportunidade também serão escolhidos os membros dos Conselhos da entidade. O colégio eleitoral é formado pelos representantes das confederações esportivas (na última assembleia, 30 tiveram direito a voto), pelos integrantes da Comissão de Atletas (12)  e pelo membro brasileiro do COI, Bernard Rajzman.

Os requerimentos das candidaturas, no momento, passam por uma auditoria externa, que confere se elas atendem às exigências. Por isso ainda não foram oficialmente anunciadas pela entidade que, recentemente, alterou seu estatuto. Ao menos três candidatos estão no páreo, todos com militância no esporte.

Um deles é Marcel de Souza, 61, ex-astro da seleção masculina de basquete, graduado em gestão esportiva, médico radiologista e integrante do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem.

Outro é José Medalha, 73, com atuação dentro das quadras e nas áreas administrativa e acadêmica. É professor doutor em Educação Física, aposentado da USP, ex-técnico e ex-assistente da equipe nacional masculina de basquete.

A disputa tem também o coronel aposentado Marco Antônio La Porta, 50, com experiência em atividades esportivas no Exército e presidente da CBTri (Confederação Brasileira de Triathlon) desde o ano passado.

Todos os candidatos realçam o atual momento do COB, que precisa ser aproveitado como um processo de modernização e mudança de gestão.

Marcel diz que está bem preparado para a função e sabe da importância de representar atletas e ex-atletas. Medalha destaca entre os objetivos a busca de experiências realizadas em várias partes do mundo para aplicar no Brasil e de um modelo sustentável. La Porta ressalta querer participar do trabalho da nova administração, que mostra abertura e transparência.

Em campanhas na busca por votos, candidaturas sempre vendem ideias fantásticas, que depois costumam perder um pouco do brilho ou ficam totalmente turvas. O COB, no entanto, parece empenhado em mudanças. Vale a pena sonhar, mas sem perder a cautela. Sonhar de olhos abertos.

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