Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Brasil é forte nos novos esportes olímpicos, mas depende de vagas

Modalidades aumentam esperança de medalhas nos Jogos de Tóquio-2020

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A grade da Olimpíada no Japão repete os esportes tradicionais. Desta vez, porém, em busca de mercados em expansão e de um público mais jovem, o COI acrescentou modalidades em relação aos Jogos do Rio-2016: beisebol/softbol, escalada, caratê, skate e surfe.

As escolhas destas últimas três foram bastante comemoradas por brasileiros do setor, pois, além da sonhada inclusão na Olimpíada, no país elas contam com atletas de alto nível. Trocando em miúdos, são esportes nos quais o Brasil tem chances de garantir pódio. Eliminados após Pequim-2008, beisebol e softbol retornam.

Skatista brasileiro Murilo Peres faz uma manobra em pista de skate em São Paulo
O skatista Murilo Peres, um dos integrantes da seleção brasileira de skate, treina em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

No caratê, competições relevantes são disputadas principalmente na Europa. Os altos custos para participar desses eventos dificultam o trabalho de preparação do time nacional, mas a confederação brasileira da modalidade já procura contornar o problema. Os torneios no exterior importam porque contam pontos para o ranking olímpico.

Haverá disputas em duas especialidades, no masculino e no feminino: kumitê (em três categorias) e kata, uma luta imaginária, espécie de coreografia, conjunto de ação e reação, ataque e defesa. Então, com oito disputas e dez atletas em cada uma delas, a competição envolverá 80 participantes. Em cada prova apenas um atleta por país classificado. Irã, Japão, Turquia, Itália, França e Estados Unidos destacam-se. No geral, a modalidade é bastante equilibrada.

Os surfistas nacionais, por sua vez, têm concretizado verdadeiras façanhas no circuito mundial, a elite da modalidade. Quem por aqui, por exemplo, nunca ouviu falar dos brasileiros campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano Souza? No circuito deste ano, o Brasil inscreveu 11 representantes, um recorde, superando delegações como Estados Unidos e Austrália, com seis cada um.

Na Olimpíada serão 20 homens e 20 mulheres, com o limite por país de dois atletas em cada gênero. A Associação Internacional de Surfe e a World Surf League, as influentes entidades do surfe mundial, fecharam um acordo para garantir a classificação dos melhores do esporte nas disputas olímpicas previstas para Chiba, distante 45 minutos de trem de Tóquio.

O surfe também vai estrear no Pan, em Lima, no Peru, ano que vem, com a oferta de uma vaga no masculino e outra no feminino para a Olimpíada.
 

No skate, o Brasil desponta entre as forças da modalidade, que terá disputas nas especialidades park e street. Reportagem de Marcelo Laguna nesta Folha revelou que dos 16 convocados no início deste mês para a largada da preparação da seleção brasileira com vistas aos Jogos, sete estão entre os melhores do ranking de 2017 da produtora The Boardr, empresa americana envolvida com algumas das principais provas do circuito mundial.  A Confederação Brasileira de Skate trabalha com a possibilidade de classificar dez atletas para a Olimpíada.

O futebol, no momento, é o esporte que atrai e concentra toda a atenção do esportista brasileiro, com as principais competições da temporada em andamento e com a espera pela chegada da Copa do Mundo, em junho, na Rússia.

Depois, sem deixar o foco do futebol, o torcedor passa a dispensar alguma atenção para as modalidades que estão calibrando suas miras na busca da classificação para a Olimpíada.

O futebol feminino se antecipou e não desperdiçou a primeira chance de conquistar a vaga olímpica. No domingo (22), carimbou seu passaporte rumo aos Jogos de 2020 ao vencer a Copa América, no Chile. Ratificou seu favoritismo, invicta, com sete vitórias.

Apesar de dotados de alto nível técnico, o caratê, o surfe e o skate são esportes menos divulgados pela mídia, com regras e expressões que os brasileiros não conhecem a fundo. Nessa fase pré-olímpica, no entanto, é provável que o quadro mude. O êxito do ingresso no mundo olímpico não deve ser desperdiçado. Uma boa preparação é essencial para alimentar o sonho por medalhas, que garantirão um salto de sucesso.

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